Brasil apoia aliança que pede “elevada ambição” em acordo climático
Não se trata de um grupo negocial mas emergiu esta semana na cimeira do clima de Paris
O Brasil juntou-se a um grande grupo de países, incluindo os da União Europeia, que pede uma “elevada ambição” no acordo climático que está a ser negociado numa cimeira da ONU em Paris.
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O Brasil juntou-se a um grande grupo de países, incluindo os da União Europeia, que pede uma “elevada ambição” no acordo climático que está a ser negociado numa cimeira da ONU em Paris.
“Se queremos lidar com o problema das alterações climáticas, precisamos de ambição e vontade política. O Brasil apoia orgulhosamente a aliança para uma elevada ambição”, escreveu a ministra brasileira do Ambiente, Izabella Teixeira ao ministro dos Negócios Estrangeiros das Ilhas Marshall, Tony de Brum, que preside ao grupo.
O anúncio foi feito por Tony de Brum na tarde desta sexta-feira, enquanto reuniões paralelas entre ministros tentavam resolver os pontos ainda divergentes para um novo tratado contra o aquecimento global, que poderá ser aprovado no sábado.
A aliança começou com a União Europeia mais os países menos desenvolvidos e os estados-ilha do Pacífico, todos especialmente vulneráveis às alterações climáticas. Outros países desenvolvidos acabaram por apoiar a aliança, incluindo os Estados Unidos.
Não se trata de um grupo negocial propriamente dito. Mas emergiu esta semana na cimeira do clima de Paris como um grupo de pressão, a exigir mais ambição no acordo que está a ser negociado.
A aliança defende a inclusão no texto final do limite de 1,5oC para o aumento da temperatura – um dado já praticamente garantido –, uma trajectória clara para um futuro de baixo carbono, revisões periódicas e robustas dos compromissos climáticos nacionais e um sistema eficaz e reforçado de financiamento para os países mais vulneráveis.
O apoio do Brasil foi saudado pela Greenpeace: “Esta iniciativa do Brasil pode alterar toda a dinâmica nas últimas horas desta conferência”, defende a organização ambientalista, num comunicado.
Embora o Brasil considere, na prática, que o que importa é o que se passa nas negociações, a sua adesão representa uma ruptura no grupo Basic, que reúne as quatro grandes economias emergentes. Três delas, China, Índia e África do Sul, não aderiram.