Levantamentos e compras nas lojas aumentaram 5%
Portugueses gastaram mais 110 milhões entre 23 de Novembro e 6 de Dezembro.
Desde que arrancou a época natalícia, a mais importante para as vendas no comércio, os portugueses já desembolsaram 2420 milhões de euros, mais 110 milhões em comparação com o ano passado. Entre compras nas lojas e levantamentos nas caixas automáticas, o valor global registado pela SIBS no período de 23 de Novembro a 6 de Dezembro foi, assim, 5% superior face a 2014, numa tendência de crescimento que se verifica desde, pelo menos, 2013.
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Desde que arrancou a época natalícia, a mais importante para as vendas no comércio, os portugueses já desembolsaram 2420 milhões de euros, mais 110 milhões em comparação com o ano passado. Entre compras nas lojas e levantamentos nas caixas automáticas, o valor global registado pela SIBS no período de 23 de Novembro a 6 de Dezembro foi, assim, 5% superior face a 2014, numa tendência de crescimento que se verifica desde, pelo menos, 2013.
A empresa que detém a marca Multibanco e gere a infra-estrutura de terminais de pagamento (os chamados POS na sigla inglesa) e caixas automáticas (ATM) adianta que nas datas em análise foram feitos 17,1 milhões de levantamentos no valor de 1123 milhões de euros. Nas lojas ou estabelecimentos os terminais registaram 36,1 milhões de compras no valor global de 1407 milhões de euros. Quer o volume, quer o número de operações cresceu face a 2014, indica a SIBS.
A tendência para pagar com cartão é cada vez mais evidente. Os portugueses gastaram mais dinheiro nas lojas do que nos levantamentos, à semelhança do que se verificou o ano passado. Estes números acompanham o que tem vindo a acontecer com a infra-estrutura disponível no país: no terceiro trimestre havia em Portugal um total de 278.612 terminais de pagamento automático nas lojas, número que tem vindo a crescer. Há, agora, mais 9785 terminais disponíveis no comércio, restauração ou hotelaria do que havia no final de Março, por exemplo. Face a 2014, o aumento é de 6% no terceiro trimestre, indicam dados disponibilizados pela SIBS.
No caso das caixas automáticas, normalmente designadas por caixas Multibanco, a tendência é inversa: há agora menos 92 ATM do que no início do ano. Em Setembro, estavam registadas 12.469 ATM, menos 3% em comparação com o mesmo período de 2014.
De acordo com o relatório e contas da SIBS do ano passado, entre 2010 e 2014, o país passou de 14.126 caixas automáticas para 12.701. E foi em 2011, ano em que foi assinado o memorando com a troika, que a queda de ATM começou. Até então, a rede tinha vindo a registar crescimentos.
No documento, a empresa sublinha que o “processo de desalavancagem a que os bancos nacionais estiveram sujeitos - quer por via da sua situação financeira e de mercado, quer por imposição dos programas de recapitalização a que alguns recorreram - teve como consequência uma diminuição global no número de agências bancárias, o que impactou negativamente o número de Caixas Automáticos da rede Multibanco”. A redução em 2014 face a 2013 foi de cerca de 2%.
A par do encerramento de balcões, a reorganização do parque de equipamentos também pode explicar a redução, tal como a utilização de cartões bancário, que como se conclui pelos dados divulgados nesta quarta-feira sobre os pagamentos e levantamentos, é cada vez maior. Há ainda a juntar o uso mais frequente de outras formas de pagamento como o homebanking e os débitos directos.
Ainda assim, Portugal é o país europeu com mais ATM por habitante. Do parque registado o ano passado, 52% estavam localizadas em supermercados, restaurantes, estabelecimentos comerciais ou gasolineiras (51% em 2013). Os bancos tinham 48% das ATM do país (49% no ano anterior).
Na União Europeia, as compras com cartão vão ficar menos dispendiosas para os comerciantes a partir desta quarta-feira, dia em que entram em vigor os limites impostos por Bruxelas às comissões pagas à banca. No caso do débito, a taxa a cobrar não poderá ser superior a 0,2% sobre o valor da transacção. No crédito o tecto é de 0,3%.
“Esta decisão tomada a nível europeu permitirá corrigir as distorções concorrenciais que existiam há muito tempo em Portugal, mitigando diferenciais injustificáveis nos valores das comissões pagas pelas transacções com cartões de pagamento nos diferentes países, ficando assim as empresas portuguesas em pé de igualdade com as congéneres europeias. É importante recordar que as comissões interbancárias cobradas aos comerciantes em Portugal eram das mais altas em toda a Europa”, comentou Ana Isabel Trigo Morais, directora-geral da APED, em comunicado.