Le Pen não quer pagar nem mais um mosquiteiro ao Senegal
Líder da Frente Nacional diz que vai acabar com a cooperação internacional da região da Norte-Pas-de-Calais Picardia
A presidente da Frente Nacional, Marine Le Pen, quer suprimir “toda a cooperação internacional” da região Norte-Pas-de-Calais-Picardia, que ela espera vir a dirigir depois de ganhar a segunda volta das eleições regionais, no próximo domingo.
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A presidente da Frente Nacional, Marine Le Pen, quer suprimir “toda a cooperação internacional” da região Norte-Pas-de-Calais-Picardia, que ela espera vir a dirigir depois de ganhar a segunda volta das eleições regionais, no próximo domingo.
“Penso que não é de todo o papel da região andar a pagar mosquiteiros aos prisioneiros do Senegal no quadro da luta contra a malária”, disse Le Pen aos microfones da rádio RMC. “Na nossa região, onde as doenças graves, nomeadamente o cancro, fazem razias, somos obrigados a enviar as crianças autistas para a Bélgica porque não temos estruturas para as acolher”, acrescentou, para depois anunciar que quer “suprimir toda a cooperação internacional (…) porque cada euro gasto deveria ser um euro útil para a região e os seus habitantes”.
A região Norte-Pas-de-Calais-Picardia tem uma série de projectos de cooperação no Mali, Senegal, Madagáscar e Brasil, mas também com a região polaca da Silésia. O dinheiro atribuído a estes projectos não chega aos seis milhões de euros, num orçamento total de 1,7 mil milhões de euros, segundo dados do executivo regional citados pela AFP.
Marine Le Pen também reafirmou o desejo de “praticar o patriotismo económico” quando chegar à presidência da região. “Vamos fazer com que o dinheiro público gasto no quadro dos orçamentos da região beneficie as empresas locais para desenvolver o emprego local. Vamos pôr de lado as empresas que contratam trabalhadores recolocados”.
A recolocação permite a uma empresa europeia enviar temporariamente os seus assalariados em missão para outros países da União Europeia, respeitando as regras salariais do país de acolhimento mas pagando a segurança social no país de origem.