Vaticano em alerta para o primeiro Jubileu da "era do Estado Islâmico"

"Estamos vigilantes mas não em pânico", disse o presidente da Câmara de Roma, explicando que "risco zero" é algo que "não existe".

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Vaticano prepara-se para a abertura do Jubileu da Misericórdia, no dia 8 de Dezembro Max Rossi/Reuters

O Vaticano e as autoridades italianas accionaram um importante dispositivo de segurança em torno das celebrações do início do Jubileu da Misericórdia, que começa na próxima terça-feira, o primeiro "na era da organização Estado Islâmico (EI)".

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O Vaticano e as autoridades italianas accionaram um importante dispositivo de segurança em torno das celebrações do início do Jubileu da Misericórdia, que começa na próxima terça-feira, o primeiro "na era da organização Estado Islâmico (EI)".

"Classificámos as celebrações junto da Basílica de São Pedro, e de outras, em cinco categorias de segurança – de zero, para aquelas com menos de 30 mil pessoas, até quatro para os que podem juntar 300 mil", explicou o presidente da Câmara de Roma, Franco Gabrielli, responsável pela coordenação da equipa de gestão das celebrações.

Cada nível corresponde a um grau de segurança, prevendo mais polícias, voluntários da protecção civil e ambulâncias e médicos.

A cerimónia de abertura está classificada com o nível 2, o que quer dizer que pode reunir cem mil pessoas, mas vai ser gerida como se fosse de nível 4. "O centro operacional será na polícia municipal de Roma, que estará ligada a todas as outras: polícia paramilitar, bombeiros e empresas de transporte e de electricidade, indicou Gabrielli.

"Já realizámos exercícios nos locais de possíveis atentados, aumentámos o treino dos nossos operacionais e tudo isso leva-me a ser optimista", disse o autarca.

Cerca de dois mil polícias e membros de outras forças vão reforçar a segurança na capital italiana durante o Jubileu, "mesmo não tendo qualquer informação relativa a um alerta específico", disse Franco Gabrielli sublinhando que este será o primeiro ano santo "na era do Estado Islâmico". "Estamos vigilantes mas não em pânico", disse, explicando que "risco zero" é algo que "não existe" e que Roma e o Vaticano há anos que se confrontam com a ameaça terrorista.

Já foram tomadas decisões: o comando da polícia romana vai gerir a operação, mas no caso de um ataque terrorista seria uma unidade de crise especial a ficar no comando; a video-segurança vai ser reforçada e postos de controlo serão montados nos acessos à Praça de São Pedro.

A associação "Defendamos a Itália do terrorismo" organizou, com o apoio de especialistas da polícia, acções de formação para 500 "vigilantes antiterrorismo", voluntários da protecção civil e funcionários dos transportes públicos.

Foi criada uma zona de exclusão aérea sobre determinados locais, segundo o calendário das celebrações que terminam em Novembro de 2016. Foi também estabelecido um protocolo para lidar com drones de origem desconhecida que vai permitir às autoridades identificarem o seu proprietário mas, sobretudo, interceptarem a ligação e fazerem aterrar o aparelho não tripulado numa zona segura (não habitada).