Marion Maréchal-Le Pen: "É de boa raça”, diz o avô
Alta, loura e magra, a jovem mulher que festeja os seus 26 anos no dia 10 de Dezembro, tinha apenas dois anos quando fez o seu “baptismo” político em 1992. Na altura, posava nos braços do seu avô, Jean-Marie Le Pen, co-fundador da Frente Nacional (FN), num cartaz de campanha para as eleições regionais.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Alta, loura e magra, a jovem mulher que festeja os seus 26 anos no dia 10 de Dezembro, tinha apenas dois anos quando fez o seu “baptismo” político em 1992. Na altura, posava nos braços do seu avô, Jean-Marie Le Pen, co-fundador da Frente Nacional (FN), num cartaz de campanha para as eleições regionais.
O mesmo escrutínio, a mesma região, 23 anos depois: nos cartazes eleitorais, Marion Maréchal-Le Pen tomou o lugar do seu avô e prepara-se para ganhar a presidência da Provence-Alpes-Côte d’Azur.
Longe vai o mês de Dezembro de 2009, quando Marion, estudante de direito, se lançou oficialmente na política, concorrendo num escrutínio regional na região parisiense. “Para poder ir às aulas”, diz.
A primeira hora de glória chega em Junho de 2012: candidata às legislativas por Vaucluse (Sul), torna-se, aos 22 anos, na mais nova deputada de França. “É de boa raça”, diz o seu avô, para justificar o sucesso da neta.
Por trás do seu sorriso aberto, a jovem mulher, católica praticante próxima dos meios tradicionalistas, mãe de uma menina de 15 meses, avança muitas vezes com posições mais radicais do que a sua tia, Marine Le Pen, em temas sociais, como a identidade e a imigração.
Os muçulmanos só podem ser franceses “na condição de se submeterem aos costumes e ao modo de vida que a influência greco-romana e 16 séculos de cristianismo formaram”. Marion dixit.
No início do ano, criticou a “substituição em certas partes do território daquilo que nós chamamos os franceses de gema por uma população recentemente imigrada”.
A sua vontade de cortar ajudas financeiras às associações que prestam apoio ao planeamento familiar no caso de ganhar as regionais na Provença, este domingo, tem-lhe valido críticas unânimes, incluindo da sua tia. Marine Le Pen veio a público garantir que uma supressão destes fundos “não faz parte dos projectos da Frente Nacional” e que há questões mais prementes para o seu partido.
Para o analista Jean-Yves Camus, especialista em extrema-direita, não há no entanto um risco de confronto entre tia e sobrinha. “As duas sensibilidades completam-se, elas são as duas pernas que fazem a FN avançar.” E Marion ainda não tem, neste momento, força suficiente para desafiar a tia no seio da FN.