O regresso emocional a Paris dos U2 é este domingo
Patti Smith, tal como provavelmente os Eagles Of Death Metal, serão convidados. E haverá uma canção nova sobre Paris e a violência. Este domingo e segunda-feira, os concertos dos U2, prometem ser momentos de grande catarse colectiva. Contra o terrorismo.
Prometem ser concertos muito emocionais os que irão acontecer este domingo e segunda-feira, em Paris, da autoria dos U2. O contexto é, evidentemente, os recentes ataques terroristas na capital francesa, ocorridos a 13 de Novembro.
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Prometem ser concertos muito emocionais os que irão acontecer este domingo e segunda-feira, em Paris, da autoria dos U2. O contexto é, evidentemente, os recentes ataques terroristas na capital francesa, ocorridos a 13 de Novembro.
Esta sexta-feira a Billboard noticiava que os Eagles Of Death Metal, que actuavam na sala de espetáculos Bataclan aquando dos atentados, seriam convidados dos irlandeses no concerto de domingo ou de segunda-feira, e agora ficou a saber-se que também Patti Smith o será, provavelmente já este domingo. Para além disso, sabe-se também que Bono, o cantor dos U2, escreveu uma canção sobre os atentados.
Recorde-se que a banda rock irlandesa tinha cancelado os espectáculos agendados para Paris a 14 e 15 de Novembro, por causa dos atentados terroristas de 13 de Novembro, remarcando esses mesmos concertos para este domingo e segunda-feira, no AccorHotels Arena.
Em entrevista à CNN, Bono recitou parte da letra de uma nova canção, que tem por título Streets of surrender, que aborda o tema da violência. “Cada pessoa tem uma cidade de liberdade, para mim é Paris, eu amo-a”, ou “todas as vezes que me perco nestas velhas ruas encontro-me novamente. Não vim cá para lutar contigo. Eu percorri estas ruas de amor e orgulho para me render", são parte da letra da música. A letra também evoca a crise dos refugiados, recordando Aylan Kurdi, a criança síria que morreu afogada e cujo corpo deu à costa na Turquia: "toda a gente chora por algum miúdo que encontraram deitado numa praia, nascido numa manjedoura".
Na mesma entrevista o guitarrista The Edge sublinhou que os U2 entendem a música em geral como o som da liberdade. "Nós achamos que o `rock tem um papel a desempenhar, por isso, voltar a Paris, para nós, não é apenas simbólico. Achamos que estamos realmente a começar um processo de resistência, de rebeldia contra esse movimento", apontou, referindo-se ao grupo terrorista que se denomina Estado Islâmico e que assumiu a autoria dos atentados.
Patti Smith está em Paris desde sexta-feira, onde já cantou ao lado de Thom Yorke dos Radiohead e Flea dos Red Hot Chili Peppers, no contexto da cimeira do clima. A cantora também já actuou com os U2 durante a presente digressão, em Londres, quando encerraram o concerto com uma versão de People Have the Power e excertos de Gloria.
Os concertos de Paris dos U2 prometem ser momentos de grande catarse colectiva, mas quando cancelaram as datas, logo depois dos ataques terroristas, também foram alvo de críticas, com alguns artigos de opinião a defenderem que tinham perdido uma oportunidade histórica de criar um momento de grande simbolismo, se tivessem optado pela manutenção das duas datas. O grupo já veio explicar que uma decisão dessas não dependia apenas deles.
O concerto de segunda-feira, que tudo indica contará com a presença dos Eagles Of Death Metal no final, será transmitido em directo pelo canal americano HBO.