Republicanos rezam pelas vítimas, mas não enfrentam lobby das armas

Jornal de Nova Iorque investe contra políticos conservadores, que não deixam passar leis para controlar armamento nos EUA.

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A capa do New York Daily News dr

Os ataques a tiro tornaram-se um acontecimento quase diário nos EUA – 355 este ano, mais do que os dias que já passaram de 2015. E, no entanto, o Congresso continua sem aprovar leis que permitam travar este desvario das armas, e o poderoso do lobby das armas, a National Riffle Association (NRA). Prova disso, sublinhou o tablóide New York Daily News, é a forma como os vários candidatos à presidência pelo Partido Republicano reagiram ao tiroteio de San Bernardino no Twitter:  “Mantiveram-se claramente silenciosos sobre o tema do controlo das armas de fogo. O que fizeram foi dizer-nos que rezavam”, criticou o jornal.

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Os ataques a tiro tornaram-se um acontecimento quase diário nos EUA – 355 este ano, mais do que os dias que já passaram de 2015. E, no entanto, o Congresso continua sem aprovar leis que permitam travar este desvario das armas, e o poderoso do lobby das armas, a National Riffle Association (NRA). Prova disso, sublinhou o tablóide New York Daily News, é a forma como os vários candidatos à presidência pelo Partido Republicano reagiram ao tiroteio de San Bernardino no Twitter:  “Mantiveram-se claramente silenciosos sobre o tema do controlo das armas de fogo. O que fizeram foi dizer-nos que rezavam”, criticou o jornal.

As mensagens dos políticos conservadores são quase todas iguais, sublinhou o jornal, cuja primeira página gritava, em letras gordas, “Deus não vai resolver isto”: “As nossas preces estão com as vítimas, as suas famílias e com os primeiros serviços de socorro a chegar ao local do crime em San Bernardino, que de sua livre vontade correm riscos para salvar os outros”, tweetou o senador Ted Cruz.

Jeb Bush disse quase a mesma coisa sobre o ataque em que morreram 14 pessoas e 17 ficaram feridas: “A rezar pelas vítimas, pelas suas famílias e pelos primeiros serviços de socorro a chegar ao local do crime depois deste trágico tiroteio”. Mas não apontava soluções, nem sequer arriscava identificar origens do problema.

Donald Trump cortou na parte das preces, mas também nada disse sobre as armas. “Tiroteio na Califórnia parece muito mau. Boa sorte para a polícia e Deus os abençoe. É nestes momentos que a nossa polícia é bem apreciada”.

As autoridades ainda não determinaram se o caso será considerado como um atentado terrorismo islâmico, ou como mais um nas centenas de ataques anuais que aproxima a vida nos EUA a uma guerrilha urbana em que não há inimigos definidos.

Mas o jornal popular de Nova Iorque sublinha haver uma diferença de atitude entre os candidatos republicanos e os democratas que, tal como o Presidente Barack Obama, expressaram a sua indignação com mais um incidente violento, e com a paralisia do Congresso, que não legisla para controlar as armas de fogo, porque tantos eleitos estão no rol de financiamentos do lobby da NRA. "Recuso-me a aceitar isto como o novo normal. Temos de agir para travar a violência das armas agora”, disse Hillary Clinton no Twitter.

Esta semana, os republicanos ligados à NRA bloquearam até a discussão no Congresso de uma lei que pretendia fechar uma falha na legislação que permite que quem esteja na lista de suspeitos de terrorismo do FBI possa comprar armas nos EUA. Ou seja, estas pessoas mais de 2000, segundo o jornal  – não podem entrar num avião, mas podem comprar armas de calibre militar.