Manipulação genética da "linha germinal" só para fins de investigação

A geração de bebés graças à técnica CRISPR-Cas9 seria hoje “irresponsável”, mas a sua utilização para fins de investigação científica, mesmo em embriões e células reprodutoras humanas, “deve continuar”, concluem peritos internacionais.

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As potenciais aplicações da nova técnica de edição do ADN têm suscitado receios DR

No fim de “três dias de discussão profunda” dos problemas éticos e técnicos apresentados pelas potenciais aplicações de uma nova técnica genética que permite manipular o genoma humano com uma precisão sem precedentes, a Cimeira Internacional sobre a Edição do Genoma Humano, que esta quinta-feira terminou em Washington (EUA), permitiu alcançar uma série de conclusões, anunciaram em comunicado os membros do comité organizador do evento – um grupo de 12 peritos internacionais de renome.

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No fim de “três dias de discussão profunda” dos problemas éticos e técnicos apresentados pelas potenciais aplicações de uma nova técnica genética que permite manipular o genoma humano com uma precisão sem precedentes, a Cimeira Internacional sobre a Edição do Genoma Humano, que esta quinta-feira terminou em Washington (EUA), permitiu alcançar uma série de conclusões, anunciaram em comunicado os membros do comité organizador do evento – um grupo de 12 peritos internacionais de renome.

A cimeira foi organizada para debater o que fazer com esta técnica, baptizada CRISPR-Cas9, em relação à chamada "edição genética da linha germinal" em seres humanos, algo que a ser realizado alteraria não só o ADN de uma dada pessoa, mas de toda a sua descendência por ai em diante.

Vários pontos importantes constam do documento, sendo talvez o mais imediato o facto de os participantes terem deixado claro que, actualmente, a manipulação genética, graças a esta técnica, de embriões, ovócitos ou espermatozóides humanos para gerar bebés seria “irresponsável”.

Contudo, os cientistas consideraram ser necessário continuar a utilizar a nova técnica para fins de investigação – mesmo que isso implique manipular embriões, ovócitos ou espermatozóides humanos –, respeitando as regulamentações existentes e desde que “as células manipuladas não sejam utilizadas para dar origem a uma gravidez”.

Seja como for, como salienta a revista Science no seu site, não foi excluída a possibilidade de a nova técnica “vir a ser utilizada mais tarde [para produzir bebés], desde que as questões de segurança sejam resolvidas e a sociedade desenvolva consensos no que respeita às questões éticas e legais”.