Universidade dos Açores é parceira em projeto da NASA
O primeiro voo que passará nos Açores está agendado para Agosto de 2016 e envolve um avião DC-8 com 42 investigadores e técnicos a bordo
A Universidade dos Açores é uma das parceiras do projecto da NASA "Atmospheric Tomography Mission" (ATom), que vai decorrer nos próximos cinco anos, disse à Lusa o coordenador do Centro de Clima, Meteorologia e Mudanças Globais da academia.
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A Universidade dos Açores é uma das parceiras do projecto da NASA "Atmospheric Tomography Mission" (ATom), que vai decorrer nos próximos cinco anos, disse à Lusa o coordenador do Centro de Clima, Meteorologia e Mudanças Globais da academia.
"É um projecto que pretende fazer o perfil atmosférico e pesquisar sobre a presença de gases que têm um grande efeito de estufa. Para além do metano e ozono, são pesquisados outros gases que têm efeito de estufa ao longo de voos feitos sobre os oceanos", afirmou Eduardo Brito de Azevedo.
O especialista em climatologia, que será coordenador da missão nos Açores, adiantou que a universidade da região é a única portuguesa até agora envolvida directamente no projecto coordenado pela agência espacial norte-americana (NASA), que conta com a participação de academias americanas - como Harvard, Califórnia, Colorado ou Pensilvânia - e de centros de pesquisa dos Estados Unidos. "A Universidade dos Açores vai dar apoio logístico, tal como nitrogénio líquido ou gelo seco, coisas que vão ser necessárias para calibrar os sensores e de que nós já estamos a tratar", especificou Brito de Azevedo, na sequência de uma reunião ocorrida em Outubro no arquipélago, com técnicos da agência.
Para já, o projeto ATom está em fase de preparação. O primeiro voo que passará nos Açores está agendado para Agosto de 2016 e envolve um avião DC-8 com 42 investigadores e técnicos a bordo. "Os voos que são feitos sobre os oceanos e que pretendem medir o perfil vertical da atmosfera fazem aproximações ao mar e sobem até ao cimo da troposfera. Vão registando os parâmetros atmosféricos, que têm muito interesse ainda para se conhecer melhor fenómenos que ainda estão mal interpretados a nível científico nos modelos climáticos e modelos de previsão do estado do tempo", explicou.
Ao todo, serão feitos quatro voos nos Açores, num projecto que decorre até 2020 e que arranca no Canadá, passando por locais como Chile, Maldivas e ilha da Ascensão, onde as tripulações de cientistas "farão base". Segundo Eduardo Brito de Azevedo, os dados da investigação serão conhecidos ao longo dos próximos cinco anos, à medida que sejam feitas as medições, até porque "a política americana de investigação científica obriga que os dados obtidos através de dinheiros públicos fiquem disponíveis, desde que validados, para a comunidade científica internacional". "Esse tipo de conhecimento vai repercutir-se naquilo que se faz na climatologia mundial da previsão do clima, das alterações climáticas. Todo este domínio da climatologia que hoje em dia tem implicações transversais em todo o planeta ficará mais bem conhecido e será mais bem representado nos modelos numéricos para simular esse clima futuro ou mesmo até nos modelos de previsão do estado de tempo", explicou o especialista.