Paris proíbe protestos nas zonas da Cimeira do Clima
Ordem de interdição a manifestações na capital terminaria nesta terça-feira, mas a polícia decidiu prolongá-la até ao fim da cimeira.
Até que acabe a Cimeira do Clima da ONU estão proibidos quaisquer protestos públicos na comuna em que acontecem os encontros, Bourget, e também nos Campos Elísios, para onde estão agendadas algumas actividades. A decisão foi anunciada pelo comando da polícia de Paris nesta terça-feira, dia em que era suposto acabar a interdição a manifestações na capital, em vigor depois dos atentados que mataram 130 pessoas.
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Até que acabe a Cimeira do Clima da ONU estão proibidos quaisquer protestos públicos na comuna em que acontecem os encontros, Bourget, e também nos Campos Elísios, para onde estão agendadas algumas actividades. A decisão foi anunciada pelo comando da polícia de Paris nesta terça-feira, dia em que era suposto acabar a interdição a manifestações na capital, em vigor depois dos atentados que mataram 130 pessoas.
“Novas interdições a manifestações podem ser decididas pontualmente”, acrescentou o comando de Paris, que justifica a sua decisão pela necessidade de garantir “a ordem pública e a segurança das pessoas”. O estado de emergência em França só acaba no final de Fevereiro e, embora não signifique necessariamente a proibição de protestos públicos, permite que as autoridades locais tomem essa decisão. A ordem desta terça-feira é válida até 13 de Dezembro.
O Governo já proibira a grande marcha pelo clima de domingo, véspera do primeiro dia da cimeira. Em seu lugar foi organizada uma cadeia humana e milhares de pessoas deixaram os seus sapatos na Praça da República, onde se iniciaria a marcha. Foram proibidas também cerca de 200 iniciativas civis para as duas semanas de encontros.
Activistas e outras personalidades francesas criticam a proibição da marcha, palestras e protestos. Centenas tentaram furar a proibição de protestos no domingo. Acabaram em confrontos com a polícia, que deteve 317 pessoas, das quais apenas nove continuam em prisão preventiva. Sob as regras do estado de emergência, quem violar a proibição de protestos pode ser condenado a seis meses de prisão e a 7500 euros de multa.
O primeiro-ministro francês, Manuel Valls, lamentou os desacatos de domingo. “Puseram em causa a memória das vítimas”, afirmou, recusando a ideia de que o estado de emergência é uma deriva securitária que põe em causa o modelo da sociedade francesa. “O estado de emergência é precisamente para proteger as nossas liberdades”, disse Valls, à margem da cimeira do clima. “Enfrentamos um acto de guerra com uma ameaça precisa; é preciso protegermo-nos.”