Câmara de Almada apresenta projecto ambiental na Cimeira do Clima

O projecto MultiAdapt, pela sua qualidade e baixo custo, pode ser facilmente replicado noutras cidades.

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Rui Gaudêncio

Foi apresentado esta terça-feira em Paris um projecto português que alia a regulação das cheias à atenuação microclimática e à segurança alimentar. É o MultiAdapt, um dos 20 projectos de adaptação climática escolhido para ser apresentado no Pavilhão das Cidades e Regiões no âmbito da COP 21 (21ª Conferência das Partes da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas), que decorre de 30 de Novembro a 6 de Dezembro na capital francesa. “É um programa compacto e flexível mas muito eficaz, uma das razões que levou ao reconhecimento internacional”, explica Nuno Lopes, chefe da divisão de estudos, gestão ambiental e energia da Câmara de Almada.

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Foi apresentado esta terça-feira em Paris um projecto português que alia a regulação das cheias à atenuação microclimática e à segurança alimentar. É o MultiAdapt, um dos 20 projectos de adaptação climática escolhido para ser apresentado no Pavilhão das Cidades e Regiões no âmbito da COP 21 (21ª Conferência das Partes da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas), que decorre de 30 de Novembro a 6 de Dezembro na capital francesa. “É um programa compacto e flexível mas muito eficaz, uma das razões que levou ao reconhecimento internacional”, explica Nuno Lopes, chefe da divisão de estudos, gestão ambiental e energia da Câmara de Almada.

O plano MultiAdapt produz “um efeito combinado” para combater as consequências das alterações climáticas, juntando a recuperação de linhas de água, a mitigação de cheias e de ondas de calor e a promoção da agricultura de proximidade, o que constitui um “efeito sinergético muito interessante”, refere Nuno Lopes. Estas medidas revelam-se importantes por estar previsto em Almada “um aumento de períodos de precipitação curta mas intensa – o que aumenta a incidência de cheias – e vagas de calor mais frequentes e de maior duração”, lembra o chefe da divisão ambiental.

É um projecto “facilmente replicável e com um carácter inovador que congrega várias dimensões”, acrescenta Nuno Lopes. Em termos práticos, a utilização de telhados brancos, por exemplo, permite reduzir a temperatura nos edifícios e os corredores verdes ou hortas urbanas no espaço público permitem minimizar as cheias pois funcionam como baías de retenção - um objectivo também alcançado com a recuperação das linhas de água -, contribuindo por outro lado para  segurança alimentar.

No Plano de Actividades e Orçamento de 2015 da Ageneal – Agência Municipal de Energia, que apoia a câmara no projecto – lê-se que a Câmara de Almada se propôs desenvolver “um conjunto de hortas numa área atravessada pela Ribeira da Foz do Rego [perto da Costa da Caparica], integrando uma bacia de retenção para controlo de cheias e promoção da infiltração em profundidade”. Nuno Lopes explica que, para já, pretendem “concretizar e materializar” os quatro grupos de hortas que estão previstos, o que, por si só, resulta em “benefícios sociais, aumentando o espírito de comunidade e integração social”.

Em Paris, o projecto foi apresentado por Catarina Freitas, directora do departamento de engenharia, clima, ambiente e mobilidade da Câmara de Almada, no âmbito do Programa das Acções Transformadoras (TAP do inglês Transformative Actions Program), um plano de acção de longo prazo que apoia o investimento em acções de impacto climático conduzidas por governos locais. Nuno Lopes explica que outra das vantagens da apresentação do MultiAdapt em Paris é a presença de investidores que possam ter interesse em financiar o projecto.

O presidente da autarquia, Joaquim Judas, também estará presente na Cimeira do Clima nos dias 4 e 5 de Dezembro, numa conferência dirigida a líderes locais. 

Texto editado por Ana Fernandes