Uma saída do nosso labirinto

Continua a procura desenfreada pelo altruísmo, essa tão árdua tarefa de conseguirmos sair de nós mesmo e nos entregarmos ao outro de forma genuína

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Ashley Batz/Unsplash

Os valores estão todos invertidos. Muitas vezes, anda-se em torno do poder e do dinheiro deixando o amor e a solidariedade para segunda plano. Isso deixa-me aterrorizada. Ainda assim, orgulho-me de olhar à minha volta e ver que, para os da minha geração, ajudar o próximo a troco de nada ainda não deixou de ser uma prioridade.

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Os valores estão todos invertidos. Muitas vezes, anda-se em torno do poder e do dinheiro deixando o amor e a solidariedade para segunda plano. Isso deixa-me aterrorizada. Ainda assim, orgulho-me de olhar à minha volta e ver que, para os da minha geração, ajudar o próximo a troco de nada ainda não deixou de ser uma prioridade.

Continua a procura desenfreada pelo altruísmo, essa tão árdua tarefa de conseguirmos sair de nós mesmo e nos entregarmos ao outro de forma genuína. É, talvez, o mais difícil de se conseguir atingir dada a natureza humana e a sua tendência de valorizar tanto o próprio umbigo. Queremo-nos soltar do redoma que gira à volta do eu, mas, quando damos por ela, já estamos encurralados num labirinto que é por nós criado.

Mas não deixemos que os últimos acontecimentos nos façam estagnar e nos impeçam de continuar a redifinir os valores que devem prevalecer.

O mundo está a ficar virado do avesso. A humanidade anda às voltas sem encontrar uma saída, neste labirinto que não parece ter fim á vista. Eu comecei a vislumbrar essa saída há pouco mais de um ano dedicando o meu tempo a quem percebi que realmente dele precisava.

Fui conhecendo outras realidades, completamente diferentes da minha, histórias que me atormentaram mas também me ajudaram a perspectivar os meus problemas com maior relativismo. E a verdade é que recebi muito mais do que aquilo que dei e, ainda hoje, vivo num conflito interno de querer dar mais, fazer mais para mudar algumas situações que me vão sendo contadas semanalmente. Damos de nós mas recebemos o triplo através de pequenas conquistas a que vamos assistindo transformadas em sorrisos e abraços sentidos. E é desta forma que me é transmitida uma paz de espírito, mesmo que por vezes momêntanea, que me permite continuar este percurso, acreditando num começar de novo.

Talvez ingenuamente, acredito que ainda seja possível uma forma de viver que preveligie o bem em detrimento do mau, por mais subjectivo que isso possa parecer. E acho, sinceramente, que a minha geração tem e terá um papel determinante numa mudança que, não só deve acontecer, como é urgente que aconteça. Ainda está ao nosso alcance contribuir, um passo de cada vez, para um reviravolta do panorama em que vivemos.