Orçamento tem de assegurar um “novo rumo”, exige Edgar Silva
Candidato presidencial apoiado pelo PCP avisa que o OE2016 tem de "dar corpo aos compromissos" assumidos nos acordos assinados entre o PS e o Bloco, PCP e PEV.
O candidato a Presidente da República Edgar Silva declarou este domingo que o próximo Orçamento do Estado tem que ser portador de medidas que assegurem "justiça social" no país e um "novo rumo" de desenvolvimento.
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O candidato a Presidente da República Edgar Silva declarou este domingo que o próximo Orçamento do Estado tem que ser portador de medidas que assegurem "justiça social" no país e um "novo rumo" de desenvolvimento.
"O próximo orçamento tem que ter, em meu entender, um conjunto de medidas que garantam objectivos de justiça social, esse novo rumo de desenvolvimento e de progresso que os portugueses e as portuguesas esperam", declarou Edgar Silva. O candidato falava aos jornalistas em Ponta Delgada, no âmbito da sua deslocação aos Açores, à margem de um almoço com apoiantes em que estiveram presentes, entre outros militantes do PCP, o líder regional do partido, Aníbal Pires.
O madeirense Edgar Silva considera que existem medidas concretas que devem ser materializadas "de acordo com os compromissos que foram assumidos" por parte do PS, BE, PCP e os Verdes. "Há uma base de compromissos que envolve grupos parlamentares e uma maioria do Parlamento. O que é de esperar, enquanto candidato a Presidente da República, é que a proposta de Orçamento dê corpo aos compromissos que os parlamentares assumiram", defendeu.
Edgar Silva considera que estão criadas todas as condições para que a Assembleia da República possa legislar, exercer as competências previstas na Constituição e para que o Governo possa governar. "Nós temos que compreender que existem pessoas que estavam habituadas ao exercício do poder, que tinham algum apego ao poder, e que agora sentem, com algum desagrado, medidas que vão noutro sentido e que possam vir a promover uma viragem. Mas isso é a dialéctica normal da democracia", disse.
Referindo-se especificamente ao regime político e administrativo dos Açores e Madeira, Edgar Silva defendeu a "refundação" das autonomias, "repensando-as e recriando-as" de forma a que o sistema vá de encontro aos anseios das populações insulares.
Na qualidade de candidato à Presidência da República, o militante comunista madeirense afirma que tudo fará, no âmbito das competências atribuídas ao cargo, para que sejam criadas condições adequadas que visem dar "resposta às especificidades e necessidades muito particulares de quem vive nestas ilhas". Edgar Silva quer ver reconhecido o direito dos Açores de produzirem e escoarem a produção, a par da "afirmação de possibilidades de desenvolvimento" que existem na região e que nem sempre foram defendidas. "Isso requer da parte do Estado medidas supletivas, de apoio, de incentivo ao povo e à economia regional. As regiões autónomas precisam de um conjunto de compromissos por parte do Estado para que os direitos ao desenvolvimento dos povos das ilhas seja uma realidade", declarou Edgar Silva.
Depois de ter visitado a Feira Agrícola da Vinha Brava, na ilha Terceira, e almoçado com apoiantes da sua candidatura já em São Miguel, o candidato visita segunda-feira o estabelecimento prisional de Ponta Delgada e profere uma conferência na Universidade dos Açores, concluindo assim o seu périplo pela região que teve início na sexta-feira.