Campanha do Banco Alimentar com 42 mil voluntários em dois mil supermercados
Mais de 40 mil voluntários vão estar durante o fim-de-semana distribuídos por cerca de dois mil supermercados a pedir às pessoas que contribuam com bens alimentares para mais uma campanha do Banco Alimentar contra a fome.
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Mais de 40 mil voluntários vão estar durante o fim-de-semana distribuídos por cerca de dois mil supermercados a pedir às pessoas que contribuam com bens alimentares para mais uma campanha do Banco Alimentar contra a fome.
“No próximo fim-de-semana temos uma vez mais a habitual campanha saco e esta campanha ocorre em cerca de 2 mil lojas com a ajuda inestimável de 42 mil pessoas que voluntariamente dão o seu tempo com um único fito que é convidar pessoas que vão às compras a partilhar um pouco daquilo que vão comprar para sua casa com as pessoas mais pobres da sua região”, disse à Lusa Isabel Jonet, presidente da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares Contra a Fome.
Este é o convite que é deixado campanha após campanha pelos voluntários que nos dias 28 e 29 de Novembro vão vestir a camisola da luta contra a fome em Portugal e vão estar nos supermercados a distribuir sacos pelas pessoas que vão às compras, para que estas colaborem com alguns produtos alimentares.
Estes alimentos serão depois transportados para cada um dos 21 bancos alimentares em actividade em Portugal e depois serão distribuídos logo a partir de segunda-feira através de uma rede de instituições de solidariedade a pessoas com carências.
“Os Bancos Alimentares trabalham nesta lógica: recolha local, distribuição local, onde recolhem, distribuem, aumentando assim, por um lado, a proximidade entre quem dá e quem recebe, mas sobretudo também garantindo o controlo do destino dos produtos”, disse a responsável.
As instituições são o grande parceiro do Banco Alimentar (BA) no terreno, “porque são as instituições que conhecem as famílias, que podem chegar a cada família, mas que também podem através do alimento e do apoio desenvolver projectos de autonomização das famílias”, acrescentou.
Segundo Isabel Jonet, actualmente são apoiadas 425 mil pessoas, através das 2600 instituições a quem o BA entrega diariamente alimentos.
Essas pessoas são ajudadas tanto com cabazes de alimentos como com refeições confeccionadas: os cabazes são entregues às famílias, que vão uma vez por semana a uma instituição buscar um saco de comida, e os alimentos são distribuídos já confeccionados em casas das pessoas sob a forma de apoio domiciliário ou na própria instituição, que tem as valências de creche, de ATL, de lar:"Aquilo que garantimos é que tudo aquilo que uma instituição leva do Banco Alimentar chega ao prato de uma família com carências alimentares e que faz parte de um processo integrado de ajuda."
As campanha vai dispor de sacos “amigos de ambiente”, sacos de papel que têm também a vantagem de servir para “alimentar a campanha papel por alimentos que os bancos alimentares desenvolvem ao longo de todo o ano”, no âmbito da qual solicitam às pessoas que doem o seu papel, que é depois encaminhado para um operador de resíduos, que dá alimentos em troca.
Ainda haverá sacos de plástico, para escoar o stock existente em cada um dos bancos alimentares.
As “campanhas saco” são complementadas com outras duas modalidades: um vale, disponível nas caixas dos supermercados até dia 6 de Dezembro, que as pessoas podem entregar no valor de um produto, e uma plataforma online, onde se pode fazer uma doação.
Na última campanha, os bancos alimentares recolheram 2650 toneladas de alimento, mas o que Isabel Jonet tem como previsão para esta campanha é o mesmo que tem para todas, “o melhor que pode ser naquele momento porque são aquilo que os portugueses têm vontade e capacidade de ajudar”.
“O Banco Alimentar e as suas campanhas são um dos bons barómetros que há em Portugal para mediar a situação das famílias porque quem contribui para o BA não são as pessoas com mais capacidade financeira, não são os mais ricos, são muitas vezes até os mais pobres e aqueles que com este donativo querem fazer a diferença”, frisou.
Segundo a responsável, o que se verificou desde 2010 foi que no ano em que havia mais crise houve uma quebra na entrada de produtos, mas não no número de sacos disponibilizados, o que significa que “doaram as mesmas pessoas mas doaram menos”.
Nas duas últimas campanhas já se registou um acréscimo nas quantidades na campanha saco e um grande acréscimo na ajuda vale, disse, acrescentando ter a convicção de que “também esta será a melhor campanha que puder ser”.