Interactividade e história marcam a reabertura do Museu do Carro Eléctrico

Cem anos depois de ser inaugurado edifício, o museu do carro eléctrico abre ao público com uma maior oferta e um maior destaque da infra-estrutura industrial.

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Já se imaginou a conduzir um eléctrico? Passear pelas ruas do Porto como guarda-freios de um dos mais antigos transportes públicos da cidade? O Museu do Carro Eléctrico dá-lhe essa oportunidade. Bem, não literalmente, mas através de um painel interactivo, instalado no antigo 267. A partir deste sábado, os visitantes do renovado museu poderão fazer uma visita ao comando do eléctrico, acompanhada com os tão característicos sons do transporte e do ambiente que o envolve.

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Já se imaginou a conduzir um eléctrico? Passear pelas ruas do Porto como guarda-freios de um dos mais antigos transportes públicos da cidade? O Museu do Carro Eléctrico dá-lhe essa oportunidade. Bem, não literalmente, mas através de um painel interactivo, instalado no antigo 267. A partir deste sábado, os visitantes do renovado museu poderão fazer uma visita ao comando do eléctrico, acompanhada com os tão característicos sons do transporte e do ambiente que o envolve.

Esta é apenas uma das novidades do museu, que abre três anos depois de, por motivos de segurança, ter encerrado ao público e que celebra em 2015 o centenário da primeira inauguração. As obras foram sobretudo ao nível da recuperação do edifício, que estava em avançado estado de degradação, mas o tempo que estas demoraram foi aproveitado também para potenciar novos espaços e para incluir no museu espaços que não eram abertos ao público.

A sala das máquinas, de onde se produziu a energia para abastecer a rede de carros eléctricos do Porto, é agora um espaço que todos poderão visitar. Grandes painéis de onde se fazia o controlo do abastecimento dos eléctricos, máquinas que produziam ou transformavam a energia eléctrica e até uma réplica do próprio museu são alguns dos pormenores que se poderão observar agora. A somar a isso, um espaço renovado, próprio para albergar eventos como conferências ou congressos, com capacidade para cerca de 300 pessoas, e que poderá ser alugado.

Actualmente há, na cidade, três linhas em funcionamento, para além de seis eléctricos para serviços pontuais de aluguer. Nestes, durante o tempo que o museu ficou encerrado, várias actividades eram dinamizadas, desde o fado a teatralizações: “Foi uma forma de levarmos o museu para a rua e não perdermos as escolas, que são o nosso principal público”, refere Manuela Ribeiro, directora do museu. E é também a pensar neste público que as exposições aliam agora a tecnologia à história do local: há três painéis interactivos que contam de forma detalhada a história e a evolução do espaço e dos 18 eléctricos que fazem parte do museu, em que o mais antigo data de 1872. Foi ainda criada uma sala própria para visitas de estudo, com cerca de 100 lugares, e que permite que “as actividades decorram no coração do museu”, salienta a directora.

Os constrangimentos orçamentais não permitiram, contudo, que a obra fosse levada a outros níveis, como refere Manuela Ribeiro: “Apesar de haver outro tipo de projectos, que sugeriam uma requalificação total do edifício, a política teve de ser alterada porque não havia margem para avançar”. Recorde-se que, em 2003, a Sociedade de Transportes Colectivos do Porto (STCP) pagou ao arquitecto Alcino Soutinho 160 mil euros por um projecto de requalificação do museu, projecto esse que nunca chegou a ser posto em prática. Em 2010, lançam novo concurso público para a requalificação do edifício, do qual sai vencedor Thomas Kröger, arquitecto alemão. O projecto, que nunca saiu da gaveta, estaria avaliado em 8,6 milhões de euros, um valor bem mais elevado que o utilizado na recuperação que acabou por se fazer: “o total da recuperação não chegou a atingir o milhão de euros”, salienta a directora. Neste valor, que foi maioritariamente financiado pela Quadro de Referência Estratégica Nacional (QREN), através do programa ON.2 e da EDP, através do programa ““Fundação EDP ilumina o património”, incluiu também o investimento na área da recepção dos visitantes, e uma reorganização da exposição de eléctricos.

Os objectivos de expansão do museu não param por aqui: a direcção do espaço mostra interesse em abrir também ao público “as catacumbas” do edifício, zona que para além de permitir o funcionamento das máquinas, servia também para arrumação dos equipamentos, bem como um espaço de cafetaria que, a ser possível, seria concessionado.

O museu abre o publico neste sábado mas a inauguração oficial realiza-se nesta sexta-feira às 18h00. 

Texto editado por Ana Fernandes