Em nome da luta contra terrorismo, região francesa proíbe venda de álcool à noite
Prefeitura do Departamento do Norte considera que o consumo do álcool está na "origem de numerosas perturbações da ordem pública".
Desde o dia 14 de Novembro, data em que foi declarado o estado de emergência em França por um período de três meses, o departamento do Norte (região francesa junto à fronteira com a Bélgica) proibiu a venda de álcool fora dos estabelecimentos de restauração, bares e discotecas, e o consumo de bebidas álcoolicas na via pública depois das 20h e até às 8h do dia seguinte. Os infractores podem apanhar uma multa de 150 euros.
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Desde o dia 14 de Novembro, data em que foi declarado o estado de emergência em França por um período de três meses, o departamento do Norte (região francesa junto à fronteira com a Bélgica) proibiu a venda de álcool fora dos estabelecimentos de restauração, bares e discotecas, e o consumo de bebidas álcoolicas na via pública depois das 20h e até às 8h do dia seguinte. Os infractores podem apanhar uma multa de 150 euros.
“Considerando que o consumo de álcool contribui para o levantamento das inibições e que facilita os comportamentos agressivos e violentos que estão na origem de numerosas perturbações da ordem pública (…), a venda de bebidas alcoólicas, seja de que forma for, fica interdita em todo o departamento do Norte a partir de 14 de Novembro de 2015, entre as 20h e as 8h e até ao fim do estado de emergência”, refere o decreto da prefeitura do Norte.
A medida não é inédita — é aplicada há vários anos em alguns bairros de Paris onde há mais animação nocturna ou em alguns bairros de Rennes e Toulouse, recorda o Le Monde — mas está a ser questionada por muitos. No jornal La Voix du Nord, vários comerciantes criticaram a decisão. “Não percebo a ligação entre terrorismo e o álcool”, diz um gerente de um minimercado de Lille. “Isto não serve para nada, a não ser para me dar prejuízo. As pessoas virão antes das 8h ou então vão para os bares. É ridículo”, reclama o dono de um supermercado.
Uma outra questão levantada pelo Le Monde é que uma interdição deste tipo implica a mobilização de efectivos policiais para garantir que as regras são cumpridas, desviando-os de outras tarefas directamente relacionadas com o combate ao terrorismo.