Um livro e uma exposição para salvar animais de rua

Marlene, André e Bruno criaram um livro que é um "exercício de reflexão" e sonha com a mudança. Com ele — e com uma exposição de ilustrações — angariam dinheiro para uma associação de apoio a animais de rua de Ponte de Lima

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ALAAR

Gatos, cães, pássaros, todos os animais. Marlene Ferraz sempre se comoveu com a forma desapegada como alguns humanos os tratavam. Por isso, ainda menina, era vê-la deitar a mão a animais abandonados e levá-los para casa. Anos depois, pouco mudou. Os maus-tratos e o abandono continuam a existir e Marlene continua a espantar-se e a lutar contra eles. Agora, a psicóloga assumiu o papel de escritora e juntou-se a André Rocha e Bruno Cardante para criar um livro que quer ser uma inspiração: "Anda, vamos salvar os animais de rua" vai angariar fundos para a Associação Limiana dos Amigos dos Animais de Rua (ALAAR) e tentar pôr mais gente a reflectir sobre a forma como tratamos os animais.

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Gatos, cães, pássaros, todos os animais. Marlene Ferraz sempre se comoveu com a forma desapegada como alguns humanos os tratavam. Por isso, ainda menina, era vê-la deitar a mão a animais abandonados e levá-los para casa. Anos depois, pouco mudou. Os maus-tratos e o abandono continuam a existir e Marlene continua a espantar-se e a lutar contra eles. Agora, a psicóloga assumiu o papel de escritora e juntou-se a André Rocha e Bruno Cardante para criar um livro que quer ser uma inspiração: "Anda, vamos salvar os animais de rua" vai angariar fundos para a Associação Limiana dos Amigos dos Animais de Rua (ALAAR) e tentar pôr mais gente a reflectir sobre a forma como tratamos os animais.

Enquanto escrevia, a narrativa pensada para ser um "braçado de histórias" de animais do abrigo de Ponte de Lima foi-se transformando espontaneamente "num alerta para muitas urgências", contou Marlene num e-mail enviado ao P3: "O número ainda tão aumentado de animais abandonados, as denúncias diárias de maltrato, os abrigos lotados e sem muitos apoios (além dos miraculosos voluntários e afeiçoados), a exploração nos circos e outros espectáculos, a importância de usar a esterilização como método de controlo populacional (e não a eutanásia indiscriminada)." Mais do que uma história, este livro — cujos 10 euros de custo (mais um de portes de envio) revertem inteiramente para ajuda aos animais da ALAAR — quer ser um "exercício de reflexão". E, "utopicamente, de mudança".

Desde 2002 que esta associação se empenha em dar uma nova vida a animais abandonados. Actualmente, tem a seu cargo mais de uma centena de cães, alguns gatos e uma égua, baptizada de Limiana — números que significam um gasto diário de cinquenta quilos de ração, mais cuidados veterinários e de limpeza. Marlene Ferraz conheceu há algum tempo a ALAAR e decidiu juntar-se como voluntária e sócia. "Ajudo particularmente na divulgação, imagem e ideias, mas também no resgate ou acolhimento temporário de animais em risco", contou.

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Exposição fica no Museu do Brinquedo, em Ponte de Lima, até 31 de Janeiro ALAAR

Foi para dar um empurrão que Marlene Ferraz decidiu criar este livro, com ilustrações de André Rocha e design de Bruno Cardante. Além do ano de nascimento (1979), une-os uma vontade de combater números que persistem: no nosso país, em 2014, "30 mil animais foram recolhidos, 100 mil abatidos (mesmo se saudáveis e recuperáveis) e, com a nova lei (apenas aplicável a animais de companhia) que criminaliza o abandono e o maltrato, 8 denúncias [foram feitas] por dia", escreve a associação presidida por Zulmira Marinho.

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Livro tem o preço de 10 euros e reverte totalmente a favor de uma associação ALAAR

Além do livro, que pode ser encomendado online, há até 31 de Janeiro uma exposição de ilustrações no Museu do Brinquedo, em Ponte de Lima, com trabalhos de Afonso Cruz, Joana Rosa Bragança, Liliana Lourenço, Joana Rosa Caçador e André Araújo Lima, entre outros. Como acontece com o livro, o valor angariado com a venda das ilustrações (cujos preços variam entre os 30 e 60 euros) reverte totalmente a favor da ALAAR. "Vamos salvar os animais de rua?"

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