António Mosquito sai da presidência da Soares da Costa
Fonte oficial da construtora garante que o empresário angolano não vendeu participação maioritária.
O empresário António Mosquito comunicou ao Conselho Fiscal da Soares da Costa a renúncia ao cargo de presidente da construtora, alegando razões pessoais. O Jornal de Negócios avançou nesta quarta-feita que Mosquito vendeu a participação de 66,7% que na Soares da Costa a dois empresários angolanos, cuja identidade não foi revelada, informação que o PÚBLICO também confirmou junto de fonte próxima da empresa.
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O empresário António Mosquito comunicou ao Conselho Fiscal da Soares da Costa a renúncia ao cargo de presidente da construtora, alegando razões pessoais. O Jornal de Negócios avançou nesta quarta-feita que Mosquito vendeu a participação de 66,7% que na Soares da Costa a dois empresários angolanos, cuja identidade não foi revelada, informação que o PÚBLICO também confirmou junto de fonte próxima da empresa.
No entanto, fonte oficial da construtora garantiu que António Mosquito não vendeu, nem manifestou intenções de o fazer.
Esta saída da administração acontece um ano e meio depois de investidor ter assumido o controlo accionista da construtora.
Em Portugal, António Mosquito detém uma participação de 27% na Global Media, detentora de vários órgãos de comunicação, entre os quais o Diário de Notícias, Jornal de Notícias e TSF. Em Angola, possui negócios na área do comércio automóvel, imobiliário e participações financeiras.
A compra da participação na Soares da Costa foi feita através de uma empresa veículo, a GAM Holdings, de direito holandês, onde o empresário não estava representado, e tinha como um dos administradores o advogado Daniel Proença de Carvalho.
Os restantes 33,3% da Soares da Costa são detidos pela SDS, onde o empresário Manuel Fino surge como o maior accionista. Apenas a SDC está cotada na bolsa de Lisboa, pelo que a informação das alterações accionistas não tem de ser comunicada ao mercado.
As contas dos últimos dois anos da Soares da Costa, que tem uma forte ligação a Angola, não são conhecidas.
A construtora já mudou de mãos várias vezes. Por conversão de dívidas em capital, o BCP chegou a ter uma participação accionista na construtora. A entrada de Manuel Fino na empresa foi feita no âmbito de um processo de reestruturação liderado pelo banco, e que permitiu a saída do BCP da estrutura accionista da empresa.
A venda da participação de controlo a António Mosquito permitiu a entrada de 70 milhões de euros na capitalização da empresa. Com a quebra de obras públicas e privadas em Portugal, a construtora encontra-se numa situação financeira delicada, não tendo sido visíveis grandes investimentos no seu relançamento, principalmente no mercado internacional, já que no mercado interno não tem havido grande investimento público e privado.
A empresa tem tido perto de três centenas de trabalhadores em casa, a receber salário, por falta de obras. Já este ano, a administração admitiu a intenção de fazer um despedimento colectivo, que ainda não concretizou.
Uma das últimas obras que a construtora ganhou foi a recuperação de um emblemático edifício no Porto, para dar lugar a um hotel de luxo da Douro Azul.