Eagles of Death Metal: "Queremos ser a primeira banda a tocar no Bataclan"
"Temos um pódio agora porque estamos numa banda, mas representamos os fãs que não escaparam" - a entrevista completa da banda foi esta quarta-feira publicada pela revista Vice.
"Mal posso esperar por voltar a Paris, nem posso esperar para tocar. Quero voltar. Quero ser a primeira banda a tocar no Bataclan quando voltar a abrir. Porque estava lá quando ficou silencioso durante um minuto. Os nossos amigos foram lá para ver rock 'n' roll e morreram. Quero voltar lá e viver", promete o vocalista dos Eagles of Death Metal, Jesse Hughes. A revista Vice divulgou ao final da tarde desta quarta-feira a versão completa da primeira entrevista da banda que actuava no Bataclan durante os atentados de Paris.
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"Mal posso esperar por voltar a Paris, nem posso esperar para tocar. Quero voltar. Quero ser a primeira banda a tocar no Bataclan quando voltar a abrir. Porque estava lá quando ficou silencioso durante um minuto. Os nossos amigos foram lá para ver rock 'n' roll e morreram. Quero voltar lá e viver", promete o vocalista dos Eagles of Death Metal, Jesse Hughes. A revista Vice divulgou ao final da tarde desta quarta-feira a versão completa da primeira entrevista da banda que actuava no Bataclan durante os atentados de Paris.
Josh Homme (que não se encontrava no concerto em que morreram 89 pessoas), Jesse Hughes e os restantes companheiros da banda reuniram-se para uma entrevista emotiva com Shane Smith, fundador da revista Vice, em que o grupo relata o sucedido na noite de 13 de Novembro. Desde a percepção em palco do que se estava a passar até à entreajuda do público e equipa da banda, os gritos dos terroristas, a perda de amigos ou a ajuda de pessoas que moravam nas ruas circundantes da sala de espectáculos.
"Temos um pódio agora porque estamos numa banda, mas representamos os fãs que não escaparam, as pessoas que não escaparam, cujas histórias poderão nunca ser contadas", enfatiza Josh Homme sobre a posição em que se encontra a banda ao revelar o seu ponto de vista da tragédia. "É uma situação delicada, tão infeliz. Acho que quero ajoelhar-me e dizer 'tudo o que precisarem'. Porque não há nada que possa verdadeiramente dizer porque as palavras não chegam", emociona-se sobre o que gostaria de dizer e fazer pelas famílias das vítimas.
Inspirados pela recente campanha que os tentou colocar no primeiro lugar dos tops com a cover dos Duran Duran Save a Prayer, os membros fundadores dos Eagles Of Death Metal, Homme e Hughes, lançam agora o desafio a qualquer artista, “seja country, death metal, DJ, rock”, a fazerem a cover do seu tema I Love You All The Time. O objectivo é amealhar o máximo de receitas para as vítimas dos atentados. Homme e Hughes desafiam ainda serviços como o iTunes, o Spotify, a Amazon e o Tidal que se associem a esta campanha. I Love You All the Time é a quarta faixa do último disco de originais da banda, Zipper Down, que a banda levava em digressão até Paris ou, na digressão entretanto adiada, até Lisboa no próximo dia 10 de Dezembro.
“Várias pessoas esconderam-se no nosso camarim e os assassinos conseguiram entrar e mataram cada um deles, excepto um miúdo que se escondeu debaixo do meu casaco de cabedal”, continua Jesse Hughes, oferecendo ainda com os companheiros telefonemas ou algum tipo de apoio aos feridos que estejam no hospital. “As pessoas fingiam-se de mortas e estavam com tanto medo – um grande motivo por que tantos tenham sido mortos foi porque tanta gente não deixava os seus amigos. Tantas pessoas se puseram à frente de pessoas [para as proteger]”, recorda.
O que gostariam de dizer aos franceses? "Não se mexam, vamos ter convosco. Vamos ter convosco", garante Homme. "Nunca vos esqueceremos", diz Hughes. No Bataclan, em Paris, cerca de 1200 pessoas assistiam ao concerto dos Eagles of Death Metal, a banda californiana de blues rock/garage/stoner formada em 1998 na cidade de Palm Desert por Hughes e Homme (líder dos Queens of the Stone Age e ex-membro fundador dos Kyuss). No ataque dos terroristas ao Bataclan morreram 89 pessoas das 130 vitimadas pelos terroristas do Estado Islâmico nas acções concertadas de 13 de Novembro em Paris.