Obama garante apoio a Hollande, mas não uma coligação com a Rússia para derrotar o EI
Em semana intensa de contactos diplomáticos, Presidente francês viajou até Washington para garantir a cooperação dos Estados Unidos na campanha contra jihadistas.
Foi a promessa de uma resposta “impiedosa” contra o autoproclamado Estado Islâmico, que reivindicou a autoria dos atentados de Paris, que levou o Presidente de França, François Hollande, até Washington, para conversações na Casa Branca com Barack Obama sobre a estratégia e a cooperação internacional no combate ao terrorismo. E a visita não saiu gorada: os dois líderes concordaram em intensificar os bombardeamentos em curso contra os alvos jihadistas, no território que agora dominam na Síria e no Iraque, e também reafirmaram o seu apoio a todas as “forças locais” que estão no terreno, a conduzir a ofensiva contra os militantes islamistas.
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Foi a promessa de uma resposta “impiedosa” contra o autoproclamado Estado Islâmico, que reivindicou a autoria dos atentados de Paris, que levou o Presidente de França, François Hollande, até Washington, para conversações na Casa Branca com Barack Obama sobre a estratégia e a cooperação internacional no combate ao terrorismo. E a visita não saiu gorada: os dois líderes concordaram em intensificar os bombardeamentos em curso contra os alvos jihadistas, no território que agora dominam na Síria e no Iraque, e também reafirmaram o seu apoio a todas as “forças locais” que estão no terreno, a conduzir a ofensiva contra os militantes islamistas.
Após quase três horas de reunião, Obama abriu a conferência de imprensa retribuindo a solidariedade e o apoio manifestado pela França aos Estados Unidos depois dos atentados de 2011, repetindo o refrão lançado depois do ataque a Paris: “Nous sommes tous français”, e “todos estamos unidos” na luta contra o terror, declarou. Por isso, num quadro de assistência reforçada, os EUA vão coordenar os assaltos aéreos com a aviação francesa, partilhar informação secreta e melhorar a vigilância de passageiros nos aeroportos, informou.
Com os aviões de guerra franceses a levantar do porta-aviões Charles de Gaulle, estacionado no Mediterrâneo oriental ao largo da Síria, para bombardear alvos do EI, o Presidente francês procura, esta semana, congregar apoios e construir uma frente unida de aliados para a campanha militar contra os extremistas – que, garantiu Hollande na Casa Branca, não prevê a mobilização de tropas estrangeiras para o terreno.
Além de Washington, o roteiro diplomático de Hollande inclui uma paragem em Moscovo, para um encontro com Vladimir Putin, e contactos em Paris com a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, e o Presidente chinês, Xi Jinping. Até domingo, Hollande também conversará com o novo primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, e da Itália, Matteo Renzi, além do presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, e do secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Ban Ki-moon.
A mensagem do Presidente francês para todos estes líderes é idêntica: a defesa dos valores comuns ocidentais e a protecção das populações implica a “unidade de forças” e uma “colaboração intensa”. Um primeiro sinal da comunidade internacional foi a aprovação por unanimidade, no rescaldo dos atentados de Paris, de uma resolução do Conselho de Segurança da ONU, apresentada pela França, contra o Estado Islâmico.
No entanto, o discurso que Hollande tem vindo a repetir desde os últimos dias contém também parágrafos sobre a necessidade de uma “resolução” para a guerra na Síria, nomeadamente o fim do regime de Bashar al-Assad e a sua exclusão do processo de transição política – e neste ponto, a boa vontade de alguns dos aliados poderá ficar àquem das expectativas da França. Aliás, antes do líder gaulês aterrar na capital norte-americana, a queda de um caça aéreo russo, abatido pela Turquia, ensombrava a agenda do encontro bilateral, e acrescentava um novo nível de complexidade às negociações internacionais para a “coligação” que Hollande reclama.
O Presidente da França lamentou o episódio; Obama sublinhou que a preocupação do momento é evitar uma escalada da situação. “Julgo que é importante notar que existe uma coligação robusta, com 65 países, que estão a combater o EI. A Rússia permanece à margem”, notou Obama, acrescentando que a cooperação de Moscovo seria “muito bem-vinda”, tendo em conta as suas capacidades militares e “a influência que tem junto de Assad”.