Maria de Belém convicta de que vencerá eleições numa segunda volta
Marcelo Rebelo de Sousa diz que apoio do PSD é bem-vindo, mas não essencial. E duvida de uma segunda volta nas presidenciais.
A candidata presidencial Maria de Belém está convicta de que vai ganhar as eleições presidenciais numa segunda volta, considerando ser "a pessoa mais bem preparada".
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A candidata presidencial Maria de Belém está convicta de que vai ganhar as eleições presidenciais numa segunda volta, considerando ser "a pessoa mais bem preparada".
"A minha convicção é que serei uma candidata vencedora destas eleições numa segunda volta", afirmou Maria de Belém Roseira em Fátima, distrito de Santarém, após um encontro com dirigentes da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade, que antecedeu um outro deste organismo com o candidato presidencial Marcelo Rebelo de Sousa.
A antiga ministra socialista comentava as declarações de Marcelo Rebelo de Sousa que na sexta-feira afirmou que quando era comentador político achava inevitável uma segunda volta, mas neste momento admite que possa não haver.
Nesse dia, o Expresso divulgou uma sondagem segundo a qual Marcelo Rebelo de Sousa lidera a corrida às presidenciais, com 48% dos votos, mas sem conseguir os necessários para vencer à primeira volta.
No mesmo estudo de opinião - feito pela Eurosondagem para o Expresso e a SIC, entre 13 e 18 de Novembro e com um universo de 1.510 entrevistas telefónicas - Maria de Belém surge em segundo lugar, com 18,9% dos votos, seguida de Sampaio da Nóvoa, com 16,7%.
Aos jornalistas, a candidata reiterou que está nestas eleições, marcadas para 24 de Janeiro, para vencer.
"Estou realmente nesta campanha para ganhar, porque considero que sou a pessoa mais bem preparada para o efeito, considero que sou a pessoa que tem mais experiência nacional e internacional para o efeito, considero que sou a pessoa que tem mais conhecimento do país naquilo que ele tem de melhor e naquilo que ele tem de mais fragilizador", salientou Maria de Belém.
A ex-presidente do PS acrescentou que tem "a energia, a capacidade e a vontade mobilizadora no sentido de contribuir para que Portugal e os portugueses resolvam muitos dos seus problemas estruturais".
Quanto à campanha para as eleições presidenciais, Maria de Belém antevê "uma oportunidade fantástica para que os portugueses analisem bem o perfil das pessoas que se candidatam a esta função". "A democracia exprime-se através das escolhas na altura das eleições e os candidatos devem manifestar as suas posições, as suas ideias e devem sujeitar-se ao escrutínio dos eleitores, é isso que estou a fazer", adiantou.
Anormal era admitir perder, diz Marcelo
O candidato presidencial Marcelo Rebelo de Sousa afirmou hoje, em Fátima, no distrito de Santarém, que "anormal" é que houvesse um candidato que dissesse que se candidata para perder.
"Penso que todos os que se candidataram a candidatos acreditam, no fundo, no mais secreto do seu coração, que têm uma hipótese de vitória, senão não se candidatavam. O que seria natural é que todo o candidato dissesse 'eu candidato-me para ganhar' e o que seria anormal é que houvesse um candidato que dissesse eu 'candidato-me para perder'", afirmou Marcelo de Rebelo de Sousa.
O antigo líder do PSD falava aos jornalistas antes do encontro com dirigentes da CNIS, depois de um outro que este organismo teve com Maria de Belém.
Questionado sobre as declarações do líder do PSD, Pedro Passos Coelho, que na sexta-feira, em entrevista à RTP, disse que o seu partido vai tomar uma decisão em Conselho Nacional, em Dezembro, sobre o apoio formal à candidatura presidencial, Marcelo Rebelo de Sousa reiterou que é um candidato independente.
"Eu já tive ocasião de dizer que a minha candidatura é independente, está aberta a todos os apoios que venham a surgir ou não, não pede apoios e, portanto, não me cabe a mim decidir aquilo que partidos, movimentos, grupos, pessoas pensem acerca das presidenciais e dos apoios que devem dar ou não", referiu.
Reconhecendo que tal apoio é bem-vindo, Marcelo Rebelo de Sousa comentou que "há uma diferença grande entre as eleições presidenciais e as eleições parlamentares, entre um presidente e um líder partidário", pelo que "não há que confundir as duas coisas".
À pergunta se tal apoio fortaleceria a sua candidatura, o social-democrata respondeu que a candidatura é "forte por aquilo que se propõe fazer, em termos nacionais, independentemente dos apoios".
“No tempo do fascismo”
Já o candidato do PCP às presidenciais, Edgar Silva, afirmou que no tempo do fascismo é que os resultados eleitorais estavam pré-decididos, defendendo que em democracia os resultados conquistam-se.
O candidato referiu-se, num comício em Mirandela, no distrito de Bragança, à sondagem publicada pelo Expresso, que coloca Marcelo Rebelo de Sousa à frente, com 48%, e atribui 5,2% a Edgar Silva.
"Agora aparecerão sondagens, agora aparecerão informações no sentido de quase fazer crer que um dos candidatos, porque tem maior exposição mediática há anos e anos nas televisões, (...) à partida já tivesse ganhado as eleições e dispensasse o ato eleitoral", afirmou, para reclamar: "nós temos que dizer que não, em democracia não é assim, em democracia os resultados conquistam-se, constroem-se, lutam-se. Em democracia nada está pré-definido".
O candidato do PCP à Presidência da República acrescentou que "no tempo do fascismo é que era assim, é que as eleições eram tudo uma fantochada".
"Não há-de ser um qualquer canal de televisão, por mais poderoso que seja, a decidir à revelia da democracia e das regras democráticas quem há-de ser o próximo Presidente da República", insistiu, para afirmar depois aos jornalistas que o principal objectivo da sua candidatura é impedir Marcelo Rebelo de Sousa de ganhar na primeira volta.