Confirmada morte de três pessoas na operação policial em Saint-Denis
Os dois corpos já identificados pertencem ao mentor dos ataques de dia 13 e a Hasna Aitboulahcen. Foi um terceiro homem, ainda não identificado, que detonou um cinto de explosivos.
O Ministério Público francês confirmou que três pessoas morreram durante a operação policial contra o apartamento de Saint-Denis, nos arredores de Paris, onde estava escondido o presumível mentor dos atentados de dia 13. Além de Abdelhamid Abaaoud, as forças de segurança descobriram no local outros dois corpos, um dos quais o de Hasna Aitboulahcen.
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O Ministério Público francês confirmou que três pessoas morreram durante a operação policial contra o apartamento de Saint-Denis, nos arredores de Paris, onde estava escondido o presumível mentor dos atentados de dia 13. Além de Abdelhamid Abaaoud, as forças de segurança descobriram no local outros dois corpos, um dos quais o de Hasna Aitboulahcen.
As próprias autoridades tinham já admitido que uma terceira pessoa poderia ter estado no apartamento visado, que sofreu grandes danos, mas só 48 horas depois da operação a informação foi oficialmente confirmada.
A imprensa francesa tinha adiantado que Hasna Aitboulahcen se fizera explodir durante o assalto. Porém, a estação de televisão francesa iTele diz que quem detonou o cinto de explosivos quando a polícia de intervenção chegou a Sain-Denis, na madrugada de quarta-feira, foi o homem ainda não identificado, não a mulher.
O corpo de Abaaoud foi formalmente identificado na quinta-feira, mas no comunicado divulgado nesta manhã, a procuradoria adiantava que “a identidade dos outros dois não é ainda conhecida”. Pouco depois, contudo, a mesma procuradoria revelava que o segundo cadáver encontrado no local era o de Aitboulahcen, que seria prima de Abaaoud. O passaporte da mulher, de 26 anos, foi também encontrado no local.
O Le Monde adiantou, entretanto, que o telemóvel da jovem terá sido essencial para determinar a localização daquele que é apontado como o organizador dos ataques. Citando uma fonte envolvida nas investigações, o jornal adianta que os serviços secretos franceses recorreram aos dados de geolocalização do aparelho, bem como aos registos de cartões de Multibanco para chegar ao apartamento de Saint-Denis, um trabalho que terá também contado com o apoio de informações recebidas de serviços de informação estrangeiros – vários jornais adiantaram que Marrocos terá enviado dados essenciais a Paris, uma informação que a fonte citada pelo Le Monde não confirma.
O jornal revela, em contrapartida, dados que sugerem que Abdelhamid Abaaoud poderá ter participado directamente nos ataques de Paris, que fizeram 129 mortos. O jihadista surgiu em imagens das câmaras de vigilância da estação de metropolitano de Croix-de-Chavaux, na região de Saint-Denis, às 22h14 de sexta-feira, o que, segundo o jornal francês, dá crédito à tese de que seria um dos homens que circulavam no Seat usado pelo comando que disparou sobre vários bares e restaurantes dos 10.º e 11.º bairros da capital francesa – os outros dois seriam os irmãos Abdeslam, um dos quais se fez explodir e o outro continua a monte. O automóvel foi encontrado nas proximidades da estação na noite de sábado para domingo e os investigadores esperam que os registos de telemóvel que estão a ser analisados permitam confirmar esta hipótese.