Estoril-Praia é caso único na I Liga

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O Estoril é a única equipa da I Liga em mãos estrangeiras ROBIN VAN LONKHUIJSEN/AFP

Ao contrário de outros países, no futebol português o controlo de clubes por entidades estrangeiras ainda é a excepção. Na I Liga só há um caso, o do Estoril-Praia: o emblema “canarinho” é controlado, desde Outubro de 2010, pelo grupo brasileiro Traffic, que adquiriu 74% das acções da SAD estorilista por 200 mil euros. A empresa detém outros clubes, no Brasil e nos EUA, e também actua na representação de futebolistas, para quem o Estoril serve como “montra”.

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Ao contrário de outros países, no futebol português o controlo de clubes por entidades estrangeiras ainda é a excepção. Na I Liga só há um caso, o do Estoril-Praia: o emblema “canarinho” é controlado, desde Outubro de 2010, pelo grupo brasileiro Traffic, que adquiriu 74% das acções da SAD estorilista por 200 mil euros. A empresa detém outros clubes, no Brasil e nos EUA, e também actua na representação de futebolistas, para quem o Estoril serve como “montra”.

“Não somos inventores, apenas seguimos a receita de outros clubes, portugueses e europeus”, admitia então ao PÚBLICO o director da Traffic Sports Europe, Tiago Ribeiro, que ocupou o cargo de presidente da SAD do Estoril até Setembro. Desde que é controlado pelo grupo brasileiro, o emblema da Linha projectou vários jogadores para outros patamares, como se destacava no site oficial a propósito da recente transferência de Bruno César para o Sporting: “É com muito orgulho que o Estoril-Praia vê mais um dos seus jogadores ser transferido para um dos grandes clubes da Europa, seguindo os passos de Jefferson, Jardel, Evandro, Carlos Eduardo, Licá, Sebá entre outros”. Neste grupo pode também incluir-se Marco Silva, que, com a Traffic no Estoril, passou de jogador para director desportivo e depois para treinador, assumindo o comando técnico do Sporting na época 2014-15, estando actualmente ao serviço dos gregos do Olympiacos.

Quando ainda estava na I Liga, o Olhanense constituiu uma SAD em que 80% das acções estavam nas mãos de um grupo de investidores estrangeiros liderado por Igor Campedelli. Outro caso na II Liga é o do Atlético, controlado desde há um par de anos pelos chineses da Anping. Mas a Tapadinha tem vivido em instabilidade e o clube chegou a estar na mira das instâncias internacionais por suspeitas de viciação de resultados e manipulação de apostas. Há alguns meses foi noticiado o possível interesse de um fundo inglês em adquirir o controlo da SAD alcantarense.

A possibilidade de a própria II Liga ser patrocinada por investidores chineses já foi admitida por José Godinho, presidente da Oliveirense e porta-voz dos clubes da II Liga: “Caso [a proposta] seja aceite, será a grande salvação dos clubes.”