Portugal emitiu 1500 milhões de dívida com taxas de juro negativas
É a primeira vez que o país consegue juros abaixo de zero nos bilhetes de tesouro com prazo de 12 meses.
Num contexto de incerteza política, Portugal emitiu 1500 milhões de euros de dívida com prazos de seis e 12 meses, que obtiveram juros negativos. Isto significa que o país acabará por devolver aos investidores menos dinheiro do que aquele que agora pediu emprestado.
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Num contexto de incerteza política, Portugal emitiu 1500 milhões de euros de dívida com prazos de seis e 12 meses, que obtiveram juros negativos. Isto significa que o país acabará por devolver aos investidores menos dinheiro do que aquele que agora pediu emprestado.
Foram colocados no mercado 1100 milhões de euros em bilhetes de tesouro a 12 meses, tendo sido a primeira vez que Portugal conseguiu taxas negativas neste prazo. A taxa de juro média é de -0,006%, abaixo dos 0,051% que tinham sido obtidos em Setembro.
Os restantes 400 milhões de euros correspondem a bilhetes do tesouro a seis meses, que obtiveram uma taxa média de -0,018%, também abaixo do anterior leilão, no qual a taxa ficara já abaixo de zero, nos -0,006%. Quanto mais curto for o prazo de reembolso, mais baixas tendem a ser os juros pedidos pelos investidores.
“Nestes leilões, Portugal atingiu níveis recorde para a sua dívida. As taxas são as mais baixas de sempre, o que é uma excelente notícia para a descida do custo médio do endividamento do país”, aponta o analista Filipe Silva, do Banco Carregosa, acrescentando que “mais uma vez a instabilidade política em torno da criação do próximo Governo não teve qualquer impacto”.
Também o analista Pedro Santos, da corretora XTB, refere que “a actual crise política interna não é suficiente para inverter a tendência descendente das taxas de curto prazo”. O analista diz que já era esperado que o leilão de dívida pública corresse bem: “Como era expectável, o leilão de dívida a seis e 12 meses revelou-se um bom negócio para o Tesouro português. As baixas taxas de juro patrocinadas pela intervenção do Banco Central Europeu permitem ao Estado português renovar a dívida com taxas de juro mais baixas.”