Oito escolhas para próxima temporada da Casa da Música
A crítica do PÚBLICO assinala oito destaques da programação da Casa da Música para 2016.
Vésperas, de Rachmaninov
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Vésperas, de Rachmaninov
Coro Casa da Música, Paul Hillier (direcção)
17 de Janeiro, 18h
Apoiando-se em antigas melodias provenientes de várias tradições da Igreja Ortodoxa e na harmonia modal, as Vésperas de Rachmaninov distinguem-se pela sua intensa espiritualidade, magnificência sonora e por uma concepção que poderíamos designar como “orquestração coral”. O maestro Paul Hillier conta com esta obra na sua imponente discografia. Para o Coro Casa da Música será uma estreia.
Um violino em Viena
Orquestra Sinfónica do Porto, Benjamin Schmid (violin), Leopold Hager (direcção)
12 de Março, 18h
Algumas das mais notáveis criações dos representantes da 2ª Escola de Viena, dirigidas por um profundo conhecedor deste repertório (Leopold Hager) e contando com um violinista de topo (Benjamin Schmid) como solista no concerto À memória de um anjo, de Alban Berg. O restante programa inclui Im Sommerwind – Idílio para grande orquestra, inspirado num poema de Bruno Wille, obra de juventude de Anton Webern poucas vezes interpretada actualmente, e A Noite Transfigurada, de Schönberg.
Remix Ensemble e Coro Casa da Música
Olari Elts (direcção), Ângela Alves, Leonor Melo, Iris Oja, João Terleira (cantores)
22 de Março, 19h30
Composto em 1975 como parte da música de cena do Don Carlos de Schiller, contornando assim a proibição da música sacra na União Soviética, o Requiem de Schnittke é uma obra contemplativa de tocante beleza que tira partido da “musicalidade” e “dimensão mágica” do texto e que recorre a uma peculiar instrumentação. Um programa marcado pela espiritualidade, que inclui ainda peças dos estónios Erkki-Sven Tüür e Toivo Tulev e do americano Jay Schwartz.
Lamento e Paixão
Orquestra Barroca, Alfredo Bernardini (oboé e direcção), Peter Kooij (baixo)
24 de Março, 21h
Alfredo Bernardini, figura cimeira do oboé barroco, estreia-se à frente da Orquestra Barroca Casa da Música num criterioso programa em torno do tema da Morte e Ressurreição, que irá trazer várias revelações e que contempla música de Johann Pez, Zelenka, Ferdinand Zellbell, Vivaldi, Platti, Alessandro Marcello e J. S. Bach. Outro aliciante será a participação do baixo Peter Kooij, reputado especialista na música desta época.
Markus Hinterhäuser (piano)
Integral das Sonatas de Galina Ustvolskaia
30 de Abril, 21h.
Uma rara oportunidade para ouvir a integral das Sonatas para piano de Galina Ustvolskaya (1919-2006), uma das mais destacadas alunas de Chostakovitch, criadora de um estilo peculiar, que a própria considerava não ter ligações com o de nenhum outro compositor do passado ou do presente. A interpretação é de Markus Hinterhäuser, pianista que tem dedicado grande parte da sua carreira ao repertório do século XX.
Êxtase Sinfónico
Orquestra Sinfónica do Porto, Teodoro Anzellotti (acordeão), Peter Rundel (direcção)
22 de Outubro, 18h
Dedicatário de mais de 300 obras, o acordeonista Teodoro Anzellotti faz a sua estreia no Porto com o Concerto para acordeão e orquestra, de Georges Aperghis, resultado de uma encomenda conjunta da Casa da Música e da Rádio da Baviera. Uma estreia que desperta fortes expectativas e que será acompanhada pelo imaginativo e inebriante Poema do Êxtase, de Alexander Scriabin.
Elogio da loucura
Remix Ensemble, Anssi Karttunen (violoncelo), Peter Rundel (direcção)
1 de Novembro, 19h30
O Ciclo de Scardanelli, pseudónimo associado ao período de loucura do poeta alemão Friedrich Hölderlin, ocupa um lugar central na produção do compositor e oboísta Heinz Holliger, uma das figuras em destaque na próxima temporada. O mote da loucura percorre um programa fascinante que inclui as Seis Fugas sobre o nome de B-A–C-H, de Schumann (orquestradas por Manuel Hidalgo); o concerto para violoncelo Bloody Luna, de Aperghis (inspirado no caderno de notas de Leonardo da Vinci e numa passagem apocalíptica sobre a queda da Lua sobre a Terra) e a estreia de uma nova peça de António Sá-Dantas, Jovem Compositor em Residência 2016.
Alina Ibragimova (violino)
15 de Novembro, 19h30
A versatilidade da violinista russa Alina Ibragimova, que se tem distinguido quer no repertório do barroco, quer na música do século XX, será especialmente posta à prova no seu recital a solo no festival À Volta do Barroco, do qual vai ser Artista em Residência. O exigente programa combina a Partita nº 2, de Bach, e a Passacaglia em Sol menor, de Heinrich Biber, com a Sequenza VIII, de Luciano Berio, e a Sonata para Violino, de Béla Bartók.