Teens of Style é o grande disco de indie-rock explosivo do ano

Will Toledo, com o seu projecto Car Seat Headrest, a caminho do topo.

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Will Toledo vai a caminho do topo, com o melhor disco indie-rock deste ano debaixo do braço

Dizem que a vista do topo é fantástica e que mais difícil que chegar ao topo é permanecer lá. Will Toledo vai chegar ao topo; se vai manter-se lá, é impossível saber, por agora é hora de celebrar Teens of Style, o seu primeiro disco editado em formato físico.

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Dizem que a vista do topo é fantástica e que mais difícil que chegar ao topo é permanecer lá. Will Toledo vai chegar ao topo; se vai manter-se lá, é impossível saber, por agora é hora de celebrar Teens of Style, o seu primeiro disco editado em formato físico.

Teens of Style reúne 11 canções em que Toledo revela um talento danado para criar daqueles refrões que, fartos da gravidade, rompem a crosta da atmosfera e se lançam pelos cimos adentro, sem medo de cair. Something soon é um dos melhores exemplos de como Toledo sabe apropriar-se do indie-rock e fazê-lo passar por criação sua: abre com voz e bateria, atira com um par de frases admiráveis (“taking pills to keep from dreaming/I want to break something important”) e, no refrão, pula lá pra cima: guitarras a estrebuchar, voz sintetizada e as peles da percussão espancadas antes da queda. O resto da canção é uma continação desta montanha-russa até que, no fim (e que fim), Toledo despeja gasolina às guitarras, à voz, aos coros e à bateria e depois chega-lhes um fósforo.

A fórmula repete-se (The Drum abre com uma linha de guitarra à Pixies e vai num pára-arranca até ao fim, numa sequência de clímaxes e vales) e não deve ser desprezada: a beleza das canções pop reside exactamente nessa capacidade de um refrão nos arrancar à banalidade das nossas vidas. Mas seria injusto reduzir Toledo a um rapazola que liga o pedal de distorção de vez em quando. A extraordinária Maud gone vive de uma simples linha de órgão; em Sunburned shirts também há explosões sónicas, mas a mestria reside nas pequenas nuances da voz; A imaculada Times to die demonstra de forma irrepreensível a classe de Toledo para os detalhes, como a guitarra ruidosa que dobra a melodia de voz, os metais (que surgem noutras canções do disco), a mudança rítmica depois do refrão. Quando lá se chega, depois de uma súbita e árdua subida, só apetece ficar ali, com os inesperados metais em fundo. “Mas isto já foi feito”, dizem pessoas com mau feitio. Pois já, amigos: mas também já se fez cadeiras e mesas, facas daquelas e garfos desses e nem por isso desprezamos a cutelaria dos nossos dias. Will Toledo vai a caminho do topo, com o melhor disco indie-rock deste ano debaixo do braço. Como é bela a vida, vista do cimo dos refrões de Teens of Style.