Paulo Pereira Cristóvão vai mesmo a julgamento por associação criminosa

Defesa pediu a abertura da instrução do processo tentando evitar o julgamento, mas Carlos Alexandre confirmou acusação do Ministério Público esta segunda-feira. Grupo, com mais três agentes da PSP, terá organizado assaltos.

Foto
NUNO FERREIRA SANTOS

O ex-vice-presidente do Sporting e antigo inspector da Polícia Judiciária Paulo Pereira Cristóvão vai mesmo a julgamento num processo em que está acusado, juntamente com três agentes da PSP, de associação criminosa, abuso de poder, violação de domicílio por funcionário e falsificação de documentos. No total, o caso envolve 18 arguidos aos quais o Ministério Pública imputa ainda crimes de roubo qualificado, sequestro e posse de arma proibida.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O ex-vice-presidente do Sporting e antigo inspector da Polícia Judiciária Paulo Pereira Cristóvão vai mesmo a julgamento num processo em que está acusado, juntamente com três agentes da PSP, de associação criminosa, abuso de poder, violação de domicílio por funcionário e falsificação de documentos. No total, o caso envolve 18 arguidos aos quais o Ministério Pública imputa ainda crimes de roubo qualificado, sequestro e posse de arma proibida.

O juiz Carlos Alexandre, do Tribunal Central de Instrução Criminal em Lisboa, decidiu esta segunda-feira enviar o processo para julgamento depois da defesa do antigo inspector da PJ ter requerido a instrução do caso para evitar este desfecho. O magistrado confirmou a acusação do Ministério Público tendo sido alterados apenas alguns pormenores relacionados com datas. A informação foi confirmada ao PÚBLICO pela juíza-presidente da comarca de Lisboa, Amélia Almeida.

Em Julho, uma nota publicada na página do Departamento Central de Investigação e Acção Penal na Internet, dava conta de que na acusação é referido que os “arguidos actuaram de forma organizada e continuada no tempo, planearam e executaram assaltos na zona de Lisboa e margem sul”. Ainda segundo o Ministério Público, “as vítimas eram, nomeadamente, comerciantes e pessoas em relação às quais recolhiam informação que indiciavam que pudessem ter na sua posse grandes quantidades de dinheiro ou bens de grande valor”.

Sob a liderança do ex-inspector da PJ, dois outros arguidos e os três agentes da PSP, terão recolhido informações para decidir quais as pessoas e locais a assaltar pelo grupo. "Depois, eram transmitidas aos restantes elementos, que compunham a vertente operacional do grupo, as informações necessárias para que pudesse ser reunida a logística necessária à execução dos assaltos indicados".

Já durante o assalto, esses outros arguidos “simulavam ser agentes policiais que realizavam buscas domiciliárias, apresentando documentos identificados como mandados de buscas, que tinham sido previamente elaborados/falsificados por um dos agentes da PSP".

Pereira Cristóvão, que está em prisão domiciliária à ordem deste processo, foi detido, em Março passado numa operação da Unidade Nacional Contra o Terrorismo (UNCT) da PJ. Paralelamente, o antigo vice-presidente do Sporting está a ser julgado no caso que envolve o árbitro auxiliar José Cardinal, estando acusado de burla qualificada, branqueamento de capitais, peculato, devassa por meio informático, acesso ilegítimo e denúncia caluniosa agravada.

O PÚBLICO contactou o advogado de Pereira Cristóvão, mas Paulo Farinha Alves não estava disponível para prestar declarações.