França anula eventos paralelos à conferência do clima de Paris

O encontro de Paris é decisivo, pois nele será aprovado um novo tratado internacional para combater as alterações climáticas.

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REUTERS/Christian Hartmann

A conferência climática das Nações Unidas em Paris, que começa dentro de duas semanas, vai-se manter, mas vários eventos paralelos serão cancelados, na sequência dos atentados terroristas de sexta-feira na capital francesa.

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A conferência climática das Nações Unidas em Paris, que começa dentro de duas semanas, vai-se manter, mas vários eventos paralelos serão cancelados, na sequência dos atentados terroristas de sexta-feira na capital francesa.

“O grande evento internacional da conferência sobre o clima não só será mantido, como será um momento de esperança e solidariedade”, disse o Presidente François Hollande, numa sessão conjunta das duas câmaras do Parlamento francês, no princípio da tarde desta segunda-feira.

Horas antes, o primeiro-ministro francês, Manuel Valls, já tinha dito que a conferência iria adiante, mas que vários eventos paralelos serão cancelados. “Alguns concertos e manifestações mais festivas serão sem dúvida anulados”, afirmou numa entrevista à rádio RTL.

Manuel Valls não especificou que eventos serão cancelados, mas entre eles estarão provavelmente um concerto previsto para 5 de Dezembro junto ao Arco do Triunfo e outras iniciativas artísticas junto da Torre Eiffel.

A conferência começa dia 30 de Novembro, com a presença de mais de uma centena de chefes de Estado e de governo, incluindo os líderes dos Estados Unidos, China, Japão, Brasil, Rússia, Índia e da generalidade dos países europeus. “Nenhum chefe de Estado nos pediu para adiar este encontro. Todos querem lá estar”, disse Manuel Valls.

O encontro de Paris é decisivo, pois nele será aprovado um novo tratado internacional para combater as alterações climáticas. Cerca de 40.000 pessoas estarão presentes, entre representantes de governos, empresas, organizações não-governamentais e jornalistas, num centro de exposições junto ao aeroporto de Le Bourget, a Norte de Paris. Os líderes mundiais deverão aterrar nesse mesmo aeroporto e permanecerão na zona mais restrita da conferência, onde decorrerão as negociações.

Várias manifestações e protestos eram esperados em Paris, durante a cimeira climática. Mas, com os atentados, não se sabe ainda quais de facto terão lugar. Para o dia 29, está marcada uma enorme marcha pelo clima, nas ruas de Paris, com possivelmente centenas de milhares de pessoas. A coligação de organizações não-governamentais responsável pela iniciativa reniu-se esta segunda-feira para decidir se mantinha ou não a manifestação, mas até ao fim da tarde não havia anunciado a sua decisão.

“Não me quero antecipar, mas a questão da organização desta manifestação deve ser forçosamente abordada”, disse o primeiro-ministro à rádio RTL.

Há meses que está a ser preparada também uma série de acções de protesto e de desobediência civil, incluindo bloqueios em vários pontos da cidade – naquilo a que foi apelidade de “jogos do clima”.

Uma grande preocupação das autoridades são possíveis acções violentas e de guerrilha urbana, promovidas por grupos mais radicais. Ainda antes dos atentados de sexta-feira, a França já tinha decidido reintroduzir o controlo total de passaportes nas suas fronteiras durante a conferência do clima.