Os terroristas não vão “parar as nossas vidas”, diz Bono

Em entrevista a uma rádio irlandesa, Bono Vox, líder dos U2, fala do “primeiro grande golpe directo à música” nos ataques em Paris.

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Os U2 juntaram-se à homenagem às vítimas perto do Le Bataclan, em Paris AFP PHOTO / FRANCK FIFE

À mesma hora que na sala de concertos Le Bataclan se ouviam os primeiros disparos, durante o concerto da banda californiana Eagles of Death Metal, os U2 ensaiavam para o espectáculo que dariam na capital francesa no dia seguinte. Sairiam pelas traseiras do AccorHotels Arena, onde deveria decorrer o concerto deste sábado, e que exigia aos U2 uma preparação especial já que espectáculo ia ser transmitido pela HBO – o canal está a fazer um documentário sobre a tournée que deverá trazê-los a Portugal no próximo ano.

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À mesma hora que na sala de concertos Le Bataclan se ouviam os primeiros disparos, durante o concerto da banda californiana Eagles of Death Metal, os U2 ensaiavam para o espectáculo que dariam na capital francesa no dia seguinte. Sairiam pelas traseiras do AccorHotels Arena, onde deveria decorrer o concerto deste sábado, e que exigia aos U2 uma preparação especial já que espectáculo ia ser transmitido pela HBO – o canal está a fazer um documentário sobre a tournée que deverá trazê-los a Portugal no próximo ano.

Tal como outras bandas que tinham agendados espectáculos para Paris durante o fim-de-semana e nos próximos dias (Deftones, Foo Fighters, Motörhead), os U2 viram-se obrigados a cancelar a agenda. “Mas o concerto vai acontecer. Não foi suspenso definitivamente. Apenas adiado”, disse Bono Vox, líder e vocalista dos U2, numa entrevista à radio irlandesa RTE 2FM. “Esta gente [os terroristas] não vai ditar a nossa agenda, não vão organizar as nossas vidas”.

A banda californiana Eagles of Death Metal actuava há cerca de uma hora numa sala esgotada (o Bataclan tem capacidade para 1500 pessoas) quando quatro terroristas dispararam sobre a audiência. “A maioria das vítimas são fãs de música. Este é o primeiro grande golpe directo à música ao longo desta guerra contra o terror, ou como se queira chamar. Esta é a nossa gente. Podia ser eu naquele concerto”, notou Bono na entrevista ao DJ Dave Fanning. O líder dos U2 lembrou ainda que após os ataques terroristas do 11 de Setembro, em 2001, a banda foi das primeiras a tocar no Madison Square Garden, em Nova Iorque: “O sentimento foi simplesmente incrível. Isto é o que somos, não podemos mudar isso. Não vão parar as nossas vidas. Essa foi a sensação que tivemos no Madison Square Garden e é a mesma que esperamos ter quando actuarmos em Paris”.

Este sábado à noite, Bono Vox, acompanhado pelo guitarrista The Edge, o baterista Larry Mullen Jr e o baixista Adam Clayton, deixaram flores junto ao Le Bataclan, em homenagem às vítimas dos ataques.