Naufrágio de arrastão na Figueira da Foz custa 1,4 milhões à seguradora

Arrastão Luísa Ribau naufragou à entrada da barra da Figueira a 6 de Outubro. Cinco pescadores morreram.

Foto
O arrastão ficou adornado, na barra da Figueira, durante vários dias. Sérgio Azenha

O naufrágio do arrastão ocorrido no início de outubro na Figueira da Foz vai custar cerca de 1,4 milhões de euros em seguros, entre indemnizações aos familiares das cinco vítimas mortais e seguro da embarcação naufragada, disse a seguradora.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O naufrágio do arrastão ocorrido no início de outubro na Figueira da Foz vai custar cerca de 1,4 milhões de euros em seguros, entre indemnizações aos familiares das cinco vítimas mortais e seguro da embarcação naufragada, disse a seguradora.

Em declarações à agência Lusa, Adelino Cardoso, director de ação cooperativa e comunicação da seguradora Mútua dos Pescadores, explicou que o pagamento de seguros relacionados com o naufrágio importa em cerca de 1,4 milhões de euros, cerca de um milhão relativo aos seguros de acidentes de trabalho e pessoais obrigatórios por lei das cinco vítimas mortais e 400 mil à apólice de seguro marítimo do armador do arrastão.

Em comunicado, a Mútua de Pescadores informou que "vai iniciar de imediato e voluntariamente, sob a forma de prestações provisórias", o pagamento de pensões aos beneficiários legais das vítimas mortais (viúvas e filhos menores), até que o Tribunal de Trabalho regule, de acordo com a lei, as pensões definitivas a pagar pela seguradora, no âmbito dos seguros de acidentes de trabalho. Já o seguro de acidentes pessoais por morte ou invalidez permanente leva a que cada família dos pescadores mortos receba 50 mil euros.

Quanto ao arrastão Olívia Ribau, que permanece no rio Mondego, junto ao molhe sul do porto da Figueira da Foz, "os trabalhos para o seu salvamento iniciaram-se no dia seguinte ao sinistro, envolveram importantes meios materiais e humanos e neste momento procede-se à limpeza do seu interior que irá possibilitar o apuramento dos danos", revela o comunicado.

Questionado sobre se a embarcação - que deverá ser rebocada para os estaleiros navais do Mondego nos próximos dias - vai ser reparada ou desmantelada, Adelino Cardoso respondeu que "ainda é cedo para fazer previsões". "Foi posta a flutuar, está a ser limpa de areias do seu interior, para se poder fazer uma peritagem alargada e avaliar os danos. Só quando estiver cá fora será tomada uma decisão", indicou.

No arrastão Olívia Ribau naufragado a 6 de Outubro à entrada do porto da Figueira da Foz, seguiam sete pescadores. Dois foram resgatados com vida, uma hora depois do acidente, por uma moto de água da Polícia Marítima, e cinco morreram. O acidente gerou uma onda de indignação pela demora no socorro - que acabou por ser feito por um elemento que não estava de serviço. Na sequência dos protestos o comandante do porto da Figueira pediu a exoneração do cargo.