Morreu o “novo filósofo” André Glucksmann, um heterodoxo
Primeiro comunista, depois apoiante de Sarkozy em França, Glucksmann tinha 78 anos.
Começou como militante comunista, um dos “novos filósofos”, juntamente com Bernard-Henri Lévi, defensor – e depois detractor – da Revolução Cultural maoista na China. Acabou a apoiar – e depois denunciar – Nicolas Sarkozy e a sua direita na presidência francesa. André Glucksmann, pensador heterodoxo, morreu esta segunda-feira em Paris. Tinha 78 anos. O filho, o realizador Raphaël Glucksmann, fez o anúncio esta terça-feira na sua página de Facebook.
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Começou como militante comunista, um dos “novos filósofos”, juntamente com Bernard-Henri Lévi, defensor – e depois detractor – da Revolução Cultural maoista na China. Acabou a apoiar – e depois denunciar – Nicolas Sarkozy e a sua direita na presidência francesa. André Glucksmann, pensador heterodoxo, morreu esta segunda-feira em Paris. Tinha 78 anos. O filho, o realizador Raphaël Glucksmann, fez o anúncio esta terça-feira na sua página de Facebook.
“O meu primeiro e melhor amigo não é mais. Tive a oportunidade incrível de conhecer, rir, debater, viajar, brincar, fazer tudo e não fazer nada com um homem tão bom quanto genial. Eis que o meu pai morreu ontem à noite", escreveu o realizador.
Nascido em 1937 nos arredores de Paris, numa família judia de origem austríaca, Glucksmann era assistente do sociólogo Raymond Aron quando as revoltas estudantis do Maio de 68 se deram em França. Foi um dos participantes activos. Apenas para em meados da década de 1970 cortar drasticamente com o Marxismo, entre outros gestos através do livro de 1975 A cozinheira e o devorador de homens: ensaio sobre o Estado, o marxismo e os campos de concentração.
Editado em Portugal em 1978 – pela Afrontamento – foi a primeira de várias das suas obras vertidas para português. Entre elas ainda Os mestres pensadores (D. Quixote, 1978), O bem e o mal: cartas imorais de Alemanha e de França (Inquérito, 1998) e O Maio de 68 explicado a Nicolas Sarkozy (Guerra & Paz, 2008), que Glucksmann escreveu com o filho.