Cientistas vão sentar-se na rua para exigir a protecção do clima
Chama-se Global sit-down e está agendado para dia 30, às 11h55. Investigadores devem tirar fotografias.
Investigadores e estudantes de ciência de todo o mundo são chamados a sentarem-se cinco minutos, no exterior das suas instituições, a apelar aos políticos que "façam o seu trabalho" em matéria de alterações climáticas. A iniciativa chamase Global sit-down e pretende que todos os cientistas estejam na rua no dia 30 de Novembro, às 11h55, hora de Paris (menos uma hora em Portugal continental) – onde se realiza a abertura da conferência das partes (COP) das Nações Unidas sobre alterações climáticas, na capital francesa.
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Investigadores e estudantes de ciência de todo o mundo são chamados a sentarem-se cinco minutos, no exterior das suas instituições, a apelar aos políticos que "façam o seu trabalho" em matéria de alterações climáticas. A iniciativa chamase Global sit-down e pretende que todos os cientistas estejam na rua no dia 30 de Novembro, às 11h55, hora de Paris (menos uma hora em Portugal continental) – onde se realiza a abertura da conferência das partes (COP) das Nações Unidas sobre alterações climáticas, na capital francesa.
Durante cinco minutos, os cientistas vão sentar-se e documentar a sua acção através de fotografias para chamar a atenção dos decisores e políticos para a necessidade de tomar decisões para travar a subida da temperatura média do planeta, reduzir as emissões de gases com efeito de estufa e avançar medidas de adaptação às mudanças do clima, enumera Tomás Ramos, investigador da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa.
"Sabendo que a COP vai acontecer em Dezembro, em Paris, [a ideia é] haver uma forma de manifestar o nosso descontentamento perante a ausência de reacção por parte dos decisores e gestores políticos" sobre as alterações climáticas e os factos "confirmados e estudados ao longo dos últimos anos", explica Tomás Ramos.
A iniciativa é organizada através das redes sociais e nasceu numa conferência mundial sobre desenvolvimento sustentável, que se realizou esta semana, em Barcelona, Espanha, e que reuniu cerca de 900 cientistas vindos da China, Japão, Europa ou América do Sul, entre os quais Tomás Ramos.
A ideia foi lançada por cientistas da Universidade de Utrecht, na Holanda, e teve boa receptividade, agora resta saber como os investigadores de todo o mundo vão responder ao desafio. "Acabamos por estar internamente uns com os outros sem que a comunidade lá fora, incluindo os políticos e os decisores, saibam o que nós [cientistas] temos discutido e saibam da nossa indignação pela ausência e incapacidade de resposta por parte dos decisores que vão estar em Paris", salienta o investigador português.
Para estes profissionais, "o pressuposto muito claro é este: os cientistas têm feito a sua parte, projectos de investigação, patentes, produção de artigos científicos, de alguma forma têm demonstrado os problemas do ponto de vista da sustentabilidade, incluindo alterações globais e alterações climáticas, dados que confirmam os riscos associados a estes fenómenos".
"Queremos chamar a atenção que nós fizemos e estamos a fazer o nosso trabalho e quem tem de decidir também tem de fazer o seu, decidindo bem e em conformidade com o que já se estudou", insiste. "Já chega de adiar sistematicamente um conjunto de decisões que são cada vez mais urgentes", alerta o cientista.