Refugiados em Lisboa: "Que encontrem em Portugal um porto seguro"
Há um alfaiate, um canalizador, um contabilista e a escolaridade média ronda os nove anos. Grupo de refugiados chegou a Lisboa e foi recebido por Teresa Morais, ministra da Cidadania.
Não foram afinal 45, como se chegou a esperar, mas, para já, apenas 22 os refugiados que neste sábado aterraram no aeroporto de Lisboa no âmbito da quota anual definida entre Portugal e o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR). Chegaram empurrando carrinhos com bagagem, foram filmados de longe pela comunicação social e encaminhados rapidamente para um encontro com a ministra da Cultura, Igualdade e Cidadania, Teresa Morais, e outros representantes de várias organizações. No final, a governante declarou aos jornalistas: “Desejei-lhes que encontrem em Portugal um porto seguro" e "condições para serem famílias normais".
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Não foram afinal 45, como se chegou a esperar, mas, para já, apenas 22 os refugiados que neste sábado aterraram no aeroporto de Lisboa no âmbito da quota anual definida entre Portugal e o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR). Chegaram empurrando carrinhos com bagagem, foram filmados de longe pela comunicação social e encaminhados rapidamente para um encontro com a ministra da Cultura, Igualdade e Cidadania, Teresa Morais, e outros representantes de várias organizações. No final, a governante declarou aos jornalistas: “Desejei-lhes que encontrem em Portugal um porto seguro" e "condições para serem famílias normais".
O programa ao abrigo do qual o país recebe este grupo é distinto do plano de recolocação da União Europeia, que definiu o acolhimento em Portugal de 4754 cidadãos da Síria, Iraque e Eritreia, nos próximos dois anos. Sobre esse, Teresa Morais disse apenas que, de acordo com as informações que tem neste momento, o primeiro grupo de 30 pessoas deverá chegar no final de Novembro.
Já os refugiados que neste sábado pisaram solo português — saíram num voo do Egipto para Munique e de Munique para Lisboa — fazem parte de um programa coordenado pelo ACNUR que existe desde 2007. Anualmente, Portugal recebe um número pré-definido de pessoas ao abrigo deste programa. Alguns destes refugiados saíram há vários anos dos seus países de origem.
"Em 2007, foram recebidas 15 pessoas [ao abrigo do protocolo com o ACNUR] e nos anos seguintes foram 30", explicou a ministra. Este ano são mais de 40 e em 2016 serão 60, acrescentou Teresa Morais.
Três famílias vão para Penela, uma será acolhida em Sintra e a outra permanecerá em Lisboa. Há nove crianças e os adultos têm entre os 24 e os 40 anos.
Os que ficaram retidos no Egipto por causa da greve de pessoal de cabine da Lufhtansa deverão chegar no domingo, disse entretanto o director nacional do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), António Bessa.
Um total de 26 pessoas são oriundas da Síria, segundo noticia a Lusa, há nove da Eritreia e oito do Sudão. A escolaridade média ronda os nove anos e as profissões que desempenhavam nos países de origem vão desde canalizador, alfaiate até contabilista ou técnico de física e química.
Acesso às escolas, a saúde, a apoios sociais, a integração no mercado de trabalho e ensino da língua portuguesa deverão ser rapidamente disponibilizados, declarou a ministra Teresa Morais, lembrando que o país “é reconhecido internacionalmente” pelas suas boas práticas de integração.
O Conselho Português para os Refugiados, o Serviço Jesuíta para os Refugiados e a Fundação Assistência, Desenvolvimento e Formação Profissional de Miranda do Corvo são as entidades parceiras do Estado nesta acção.