Em Portugal, não há montanhas russas nem parques de diversões depois do Verão
Só existe um parque de diversões em Portugal e encerra no fim do Verão. A alternativa mais próxima está em Espanha.
Portugal é o único país europeu que não tem montanha russa em funcionamento. A única que existe a nível nacional está no Aquashow, um parque aquático no Algarve, que só abre durante a época balnear. Apesar de existirem muitos parques aquáticos, não existem soluções para quem procure um parque de diversões perto da capital ou fora dos meses de Verão. A solução mais viável acaba por ser deslocar-se a um dos parques de atracções em Espanha. Luís Fernandes, presidente da APED (Associação Portuguesa de Empresas de Diversão) diz que a razão para a falta de espaços de diversão em Portugal passa pela falta de apoios.
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Portugal é o único país europeu que não tem montanha russa em funcionamento. A única que existe a nível nacional está no Aquashow, um parque aquático no Algarve, que só abre durante a época balnear. Apesar de existirem muitos parques aquáticos, não existem soluções para quem procure um parque de diversões perto da capital ou fora dos meses de Verão. A solução mais viável acaba por ser deslocar-se a um dos parques de atracções em Espanha. Luís Fernandes, presidente da APED (Associação Portuguesa de Empresas de Diversão) diz que a razão para a falta de espaços de diversão em Portugal passa pela falta de apoios.
Nesta altura, “não há nenhuma montanha russa em funcionamento”, afirma Luís Gonçalves. As empresas de diversão têm de pagar impostos, com o valor do IVA a 23%, e têm de pagar a renda do espaço por metro quadrado. “Cada câmara pede o que quer, o problema em Portugal é que não há uma política central de regulação”, afirma, explicando que algumas autarquias pedem 3 a 4 euros por metro quadrado quando uma montanha russa pode chegar a ter dois mil metros quadrados.
O tempo também é contabilizado e pago. As montanhas russas ficam durante cerca de um mês no local e o processo de montagem demora uma semana e o de desmontagem outra. A isto, junta-se o valor da aquisição do equipamento (que pode variar entre os 700 mil e o milhão de euros), as despesas de manutenção e a falta de apoios.
Em Portugal, sob a designação “parques de diversões”, surgem vários parques mas só um tem atracções do género da Feira Popular e dos parques internacionais, embora grande parte das atracções seja dedicada a crianças e não haja nenhuma montanha russa. É o Magikland, o sucessor da Bracalândia, agora localizado em Penafiel. É o único parque de diversões fixo e não aquático em Portugal mas encerra de Outubro a Fevereiro.
A única montanha russa de Portugal, a do Aquashow, foi considerada a maior da Europa até ser ultrapassada por uma dinamarquesa em 2014. O parque aquático só está aberto nos meses de Verão e encerra de Outubro a Abril.
Existem pelo menos doze parques aquáticos em Portugal, em oposição a um único parque de diversão. Luís Fernandes explica que isto acontece pois os parques de diversões não recebem qualquer tipo de apoio. De qualquer modo, explica que o que o assusta “não é o investimento, mas a sobrevivência num mercado de exploração e burocracia”.
Com o anúncio da reabertura da Feira Popular de Lisboa em Carnide, Luís Fernandes espera que “seja desta” que a feira sobreviva. Acredita que Portugal tem capacidade de resposta para ocupar estes terrenos “com ajuda de um controlo público e não só privado”.
O presidente da associação diz que Portugal é um país empreendedor, o único problema é a “falta de capital”. Diz que apesar de “nenhuma empresa ter capital de rentabilidade sozinha” no caso da Feira Popular, o negócio é possível se for dividido por várias entidades.
O presidente do grupo afirma que nas duas principais cidades portuguesas, a existência de parques de diversões e de montanhas russas seria uma opção “sustentável”. Refere que esta é uma diversão saudável e que, a nível nacional, “há resposta por parte das pessoas mas há muitas barreiras burocráticas”.
“Não significamos nem 1% no mercado europeu de diversões”, refere Luís Fernandes, acrescentando que nos outros países europeus existem ajudas e nalguns países, os empresários são auxiliados em “mais de 30% do capital”.
Para quem procura parques de diversões em Portugal nesta época do ano, “não há alternativa”, afirma o presidente. Ou se opta pelas feiras tradicionais, que ocorrem mais no Verão, ou a opção mais perto fica em Espanha.
Em contraste com o único parque de diversão português, existem nove em Espanha e todos com montanhas russas. É um valor desproporcional mesmo tendo em conta as diferentes dimensões dos países. Só em Barcelona existem dois parques de diversões; em Lisboa e no Porto, zero.
Texto editado por Ana Fernandes