A vila alentejana de Mora espera um baby boom em 2016

O presidente da Câmara afirma que o maior número de nascimentos permite “revitalizar a região interior”.

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Os bebés foram mais sensíveis às vogais numa língua estrangeira Adriano MIranda

Segundo dados recolhidos junto dos centros de saúde, existem actualmente 26 mulheres grávidas no município de Mora, em Évora. O número pode parecer baixo à primeira vista, mas o resultado é positivo – e não só para as mães – numa região do interior em que se registam “valores baixos de natalidade” e “em que o número de população jovem é reduzido”, de acordo com o presidente da Câmara Municipal de Mora, Luís Simão de Matos. O autarca acredita que conseguirão bater o recorde de 31 grávidas registado em 2011.

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Segundo dados recolhidos junto dos centros de saúde, existem actualmente 26 mulheres grávidas no município de Mora, em Évora. O número pode parecer baixo à primeira vista, mas o resultado é positivo – e não só para as mães – numa região do interior em que se registam “valores baixos de natalidade” e “em que o número de população jovem é reduzido”, de acordo com o presidente da Câmara Municipal de Mora, Luís Simão de Matos. O autarca acredita que conseguirão bater o recorde de 31 grávidas registado em 2011.

Desde 2004 que existe no Município de Mora uma política de incentivo à natalidade que atribui “pelo nascimento do primeiro filho 500 euros, pelo segundo 1000 euros e a partir do terceiro filho são atribuídos 1500 euros”, diz a responsável pelo Gabinete de Acção Social da Câmara de Mora, Isabel Garcia. Em 10 anos de funcionamento, a autarquia já subsidiou um total de 181.500 euros, correspondentes ao nascimento de 235 bebés morenses.

Luís Simão de Matos não crê que seja “este o motivo pelo qual as pessoas têm filhos, mas é uma pequena ajuda para diminuir as despesas e as preocupações dos pais”. O subsídio por nascimento só está disponível para quem resida no município, não há limite de idade dos requerentes e são sempre atribuídos independentemente dos rendimentos da família.  

O presidente da autarquia considera também que este aumento populacional “traz sempre benefícios” e reitera a importância da população rejuvenescida na região interior do país, referindo que “os jovens têm uma visão diferente em termos de movimento económico e social”. Luís Simão de Matos explica que, ao contrário das grandes cidades, “os pequenos concelhos não conseguem sempre garantir emprego”, o que conduz ao afastamento dos mais novos. Mesmo assim, a autarquia tem conseguido contrariar esta tendência através da criação de novos postos de trabalho, do incremento do turismo e de medidas de apoio à habitação jovem.

A expressão baby boom refere-se a um aumento significativo da taxa de natalidade, neste caso referente unicamente ao concelho de Mora. A nível nacional, segundo dados do INE e da PORDATA, a taxa bruta de natalidade tem vindo a diminuir desde 1960, altura em que havia 24,1 bebés nascidos por cada 1000 residentes. Em 2014, o número registado foi de 7,9 bebés por cada milhar de habitantes.

Texto editado por Ana Fernandes