Rei e políticos da Holanda pedem calma no debate sobre os refugiados

Cerca de 12,000 refugiados da Síria e da Eritreia chegaram à Holanda em Setembro e, até ao fim do ano, são esperados mais de 35,000.

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O rei da Holanda está em visita oficial à China Kim Kyung-Hoon/Reuters

O rei da Holanda e os líderes de 11 partidos políticos assinam uma carta aberta aos cidadãos pedindo "calma" perante a escalada da tensão no país devido à presença de refugiados.

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O rei da Holanda e os líderes de 11 partidos políticos assinam uma carta aberta aos cidadãos pedindo "calma" perante a escalada da tensão no país devido à presença de refugiados.

A carta aberta surgiu por iniciativa partiu de Jesse Klaver, líder do GroenLinks (verdes), depois de na terça-feira alguns carros de membros do partido terem sido incendiados.

"Na Holanda, debatemos sem ameças, intimidações e violência", diz o documento divulgado esta quarta-feira pelo jornal De Volkstrant. "Deixem os outros falar, mesmo se estiverem em total desacordo com eles. (...) A liberdade tem pouco significado se é preciso ser vigiada a toda a hora".

Uma assinatura significativa deste apelo à calma é a de Geert Wilders, o líder da extrema direita que é contra a presença de refugiados no país e que está sob protecção depois de ter afirmado no Parlamento, na semana passada, que os refugiados significam a "invasão islâmica" na Europa, sendo uma "ameaça à prosperidade, à segurança, à cultura e à identidade" da Holanda.

Cerca de 12,000 refugiados da Síria e da Eritreia chegaram à Holanda em Setembro e, até ao fim do ano, são esperados mais de 35,000.

As opiniões sobre o acolhimento aos refugiados dividem-se e uma sondagem recente publicada pelo jornal De Telegraaf indicou que o partido de Geert Wilder — que não faz parte da aliança no Governo — ganharia 35 dos 150 lugares no Parlamento se fossem realizadas eleições agora.

Depois de um fim-de-semana marcado por um ataque a um abrigo temporário que acolhia 150 refugiados, e pelos confrontos no domingo durante um encontro do movimento de extrema-direita alemão Pegida, o rei Willem-Alexander, quis participar na carta. "Na Holanda falamos sobre os temas. Optar pelas ameaças e pelas intimidações prejudica os valores que a Holanda sempre defendeu", disse na China, onde se encontra em visita oficial.