O xadrezista no seu labirinto
Um filme modesto mas sóbrio, ancorado numa interpretação notável de Tobey Maguire.
Capaz do melhor (Diamante de Sangue) e do pior (O Último Samurai, Lendas de Paixão), Edward Zwick é um daqueles cineastas americanos de “segunda linha” que insistem em fazer filmes para adultos que pensam, coisa que está longe de ser hoje em dia bem vista nos grandes estúdios. Daí que O Prodígio, sólido drama histórico sobre o xadrezista Bobby Fischer a caminho da sua vitória nos campeonatos do mundo em finais dos anos 1960 sobre o seu “inimigo jurado” Boris Spassky, tenha sido recebido com desinteresse generalizado e profundamente imerecido.
A interpretação meticulosa de Tobey Maguire desenha Fischer como uma inteligência de génio que encontrou na dedicação ao xadrez o escape de um mundo e de uma sociedade que não compreendia, e se deixou em seguida aprisionar pela inexorável mecânica paranóica alimentada pelo aproveitamento político dos seus triunfos pela Guerra Fria. Zwick limita-se a acompanhar, discreta mas atentamente, essa descida aos infernos da loucura, amplificada pela caixa de ressonância mediática, num filme que parece também ecoar os 15 minutos de fama de Andy Warhol e as polarizações políticas contemporâneas. Na sua modéstia sóbria, é um filme exemplar de uma certa produção americana que parece ter injustamente desaparecido das salas e sido substituída por títulos mais espalhafatosos ostensivamente à cata do Óscar.
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Capaz do melhor (Diamante de Sangue) e do pior (O Último Samurai, Lendas de Paixão), Edward Zwick é um daqueles cineastas americanos de “segunda linha” que insistem em fazer filmes para adultos que pensam, coisa que está longe de ser hoje em dia bem vista nos grandes estúdios. Daí que O Prodígio, sólido drama histórico sobre o xadrezista Bobby Fischer a caminho da sua vitória nos campeonatos do mundo em finais dos anos 1960 sobre o seu “inimigo jurado” Boris Spassky, tenha sido recebido com desinteresse generalizado e profundamente imerecido.
A interpretação meticulosa de Tobey Maguire desenha Fischer como uma inteligência de génio que encontrou na dedicação ao xadrez o escape de um mundo e de uma sociedade que não compreendia, e se deixou em seguida aprisionar pela inexorável mecânica paranóica alimentada pelo aproveitamento político dos seus triunfos pela Guerra Fria. Zwick limita-se a acompanhar, discreta mas atentamente, essa descida aos infernos da loucura, amplificada pela caixa de ressonância mediática, num filme que parece também ecoar os 15 minutos de fama de Andy Warhol e as polarizações políticas contemporâneas. Na sua modéstia sóbria, é um filme exemplar de uma certa produção americana que parece ter injustamente desaparecido das salas e sido substituída por títulos mais espalhafatosos ostensivamente à cata do Óscar.
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