O designer belga Raf Simons abandonou a Dior
Apenas três anos e meio numa das mais importantes casas de moda parisienses - e do mundo - e uma saída inesperada por "motivos pessoais".
O designer belga Raf Simons abandona a Dior, anunciou esta quinta-feira a casa de moda parisiense, depois de três anos e meio em Paris. Uma das referências actuais da criação de moda, Simons deixa os seus cargos de director artístico da alta-costura, do pronto-a-vestir e das colecções de acessórios da maison que integra um dos maiores grupos de luxo do mundo, o Louis Vuitton Moët Hennessy, por "motivos pessoais".
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
O designer belga Raf Simons abandona a Dior, anunciou esta quinta-feira a casa de moda parisiense, depois de três anos e meio em Paris. Uma das referências actuais da criação de moda, Simons deixa os seus cargos de director artístico da alta-costura, do pronto-a-vestir e das colecções de acessórios da maison que integra um dos maiores grupos de luxo do mundo, o Louis Vuitton Moët Hennessy, por "motivos pessoais".
Fundada em 1946 por Christian Dior, a casa teve nos últimos anos Simons ao leme depois da saída tempestuosa de John Galliano (que foi afastado da marca depois da polémica de 2011 que envolveu insultos anti-semitas proferidos em público pelo designer britânico e que fez com que a Dior entregasse a direcção interina a Bill Gaytten). A apresentação da colecção de Primavera/Verão 2016, que decorreu no Louvre, em Paris, há três semanas, foi a última assinada pelo conceptual belga para a maison.
A Dior informou por comunicado que a saída de Simons se deve a "motivos pessoais", não adiantando mais detalhes nem revelando ainda quem lhe sucederá. O jornal especializado Women's Wear Daily escreve que a Dior, segundo fontes do sector, não tem ainda um nome e estará prestes a encetar esse processo de busca. As mesmas fontes, não identificadas, referem que apesar de se tratar de um afastamento "amigável", decorriam negociações contratuais com Simons que terminaram sem acordo.
Simons, que tem 47 anos, refere na nota enviada à imprensa que a sua decisão "se baseia inteira e igualmente" no seu "desejo de se focar noutros interesses", nomeadamente a sua própria marca, deixando elogios à empresa que é uma importante accionista do grupo LVMH e que é dirigida pelo milionário Bernard Arnault, bem como à sua equipa.
Creditado pela modernização da Dior depois do marcado e exuberante estilo operático de Galliano, mas também pela estabilização da sua imagem depois do escândalo em torno do designer britânico, Simons trabalhara antes não só na sua própria marca - reconhecida pelo design de vestuário masculino - mas também como director criativo da Jil Sander durante sete anos. Foi o sexto designer a dirigir a Dior nos seus quase 70 anos de história, que se assinalam em 2016.