Nobel da Física John C. Mather abre Fórum do Futuro
Segunda edição do festival do pensamento comissariado por Paulo Cunha e Silva decorre no Porto de 4 a 8 de Novembro, com 59 participantes nacionais e internacionais.
Neste Ano Internacional da Luz, a 2ª edição do Fórum do Futuro vai abrir, oficialmente, com uma conferência do astrofísico norte-americano John C. Mather, Nobel da Física em 2006, que vai falar no grande auditório do Teatro Rivoli, na noite de 4 de Novembro, sobre Felicidade, luz e os segredos do Universo.
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Neste Ano Internacional da Luz, a 2ª edição do Fórum do Futuro vai abrir, oficialmente, com uma conferência do astrofísico norte-americano John C. Mather, Nobel da Física em 2006, que vai falar no grande auditório do Teatro Rivoli, na noite de 4 de Novembro, sobre Felicidade, luz e os segredos do Universo.
Membro da agência espacial NASA, Mather tem orientado a sua investigação para a grande questão da origem do cosmos, e vai falar no Porto da luz como ponto de partida para a vida no universo, partilhando a mesa com os professores e cientistas Carlos Fiolhais (Universidade de Coimbra) e Orfeu Bertolami (Universidade do Porto).
Depois do sucesso conseguido na edição inaugural, em Novembro passado, em que contou cerca de 7000 espectadores, este festival – que o vereador da Cultura da Câmara do Porto, Paulo Cunha e Silva, ambiciona “transformar no fórum de Davos do pensamento” – vai este ano diminuir em termos de calendário (cinco dias em vez de oito), mas crescer em número de participantes (59, vinte dos quais estrangeiros) e de sessões (vinte). E vai estender-se fisicamente a três outras instituições-âncora da vida cultural da cidade: o Museu de Serralves, a Casa da Música e o Teatro Nacional São João, além de contar com a parceria da Universidade do Porto (UP) – de resto, o reitor e os directores artísticos dos equipamentos citados juntaram-se esta quarta-feira ao presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, no Teatro Rivoli, para a apresentação oficial do programa do fórum, que, nas palavras de Paulo Cunha e Silva, visa “discutir o futuro a partir de uma perspectiva cultural e artística e outras valências do conhecimento”.
Da lista dos participantes estrangeiros consta também o filósofo francês Gilles Lipovetsky (dia 7), que regressa a Portugal para dialogar com a editora e professora da UP Fátima Vieira sobre Os desafios da felicidade na sociedade do hiperconsumo – a felicidade sendo, de resto, o denominador comum do fórum, em acordo com o tema da própria programação do pelouro portuense da Cultura para o corrente ano.
Num cruzamento permanente entre convidados estrangeiros e portugueses, o programa do fórum terá uma pré-abertura, na tarde de 4 de Novembro, em Serralves, com a directora do museu, Suzanne Cotter, a apresentar o fotógrafo alemão Wolfgang Tillmans como “um dos grandes artistas do nosso tempo” – e que no próximo mês de Janeiro fará no MACS a sua primeira exposição em Portugal.
Depois da presença, em 2014, de Jean Nouvel, a “mesa” da arquitectura abre este ano com o encontro de Eduardo Souto de Moura com o indiano Bijoy Jain (dia 5), o fundador, há três décadas, do Studio Mumbai, a partir de onde tem defendido e praticado uma arquitectura sustentável e de proximidade com as populações.
Do Centro Canadiano da Arquitectura (CCA), em Montréal – instituição que recentemente recebeu parte dos arquivos de Álvaro Siza –, vêm o director Mirko Zardini e a fundadora Phyllis Lambert, para se encontrarem, respectivamente, com Roberto Cremascoli e Inês Moreira a falar dos arquivos (dia 6), e com António Mexia e Gomes de Pinho (dia 7) a discutir a responsabilidade social das instituições na procura da felicidade.
Outro convidado é Santiago Cirugeda (dia 7), espanhol, conhecido como “o arquitecto-guerrilheiro” pelo modo como vem defendendo o direito de as populações acederem aos espaços públicos abandonados e criticado a figura dos PDM.
A arquitectura, o design e a felicidade serão igualmente relacionados em duas outras sessões em que intervirão Camilo Rebelo, Pedro Bandeira e os ateliers MiMa e Vírgula i (dia 8); e, a encerrar o calendário, Guta Moura Guedes e o designer austríaco Stefan Sagmeister, já conhecido do Porto onde se ocupou da imagem gráfica da Casa da Música.
A sessão da noite de 5 de Novembro vai reunir Julião Sarmento com a norte-americana Sasha Grey, ex-actriz de filmes pornográficos que entretanto deu uma volta à sua carreira e se tornou numa figura de referência, principalmente depois de ter protagonizado o filme Confissões de uma Namorada de Serviço (The Girlfriend Experience, 2009), de Steven Soderbergh; e que o artista português também citou no seu projecto Quelques Jeux Interdits (2012).
Dos estrangeiros, assinalem-se ainda as presenças do investigador norte-americano Aaron Ahuvia, professor de marketing e criador da chamada brand love, que vai discutir com Ricardo Cayolla a expansão dos círculos amorosos (dia 5); a conferência-performance do artista argentino Rirkrit Tiravanija, presente na última Bienal de Veneza; ou a performance-instalação do artista alemão Florian Hecker (dia 7).
A ciência e a sociologia, a religião e a política vão também estar em debate num encontro do cientista (e agora também deputado independente pelo PS no Parlamento) Alexandre Quintanilha com o eurodeputado Paulo Rangel e o padre Anselmo Borges (dia 7); e na sessão do sociólogo belga Nico Carpentier apresentado por José Bragança de Miranda (dia 8).
Fora do Rivoli, a Casa da Música acolhe uma conferência-performance do músicos britânicos Paul Griffiths e Matt Peacock, associados à orquestra Som da Rua, formada pelo Serviço Educativo da instituição, e lutando contra a exclusão social (dia 6); e o Teatro São João “encenará” os Teatro(s) da felicidade com a presença, entre outros, dos escritores Matilde Campilho e Frederico Lourenço.
O programa completo do Fórum do Futuro – cujo orçamento ascende a 125 mil euros, 80% dos quais reunidos com apoios mecenáticos – pode ser consultado num novo site que está a ser montado para o efeito: www.forumofthefuture.com.