Identificada uma nova espécie de tartaruga-gigante nas Galápagos
Esta é a décima quinta espécie das Galápagos. Os cientistas serviram-se de informação genética para avaliar estatuto de população de tartarugas na ilha de Santa Cruz.
Uma equipa de cientistas identificou uma nova espécie de tartaruga-gigante nas ilhas Galápagos, usando informação genética para determinar que um grupo de 250 tartarugas era distinto de outra espécie residente no arquipélago do oceano Pacífico. A tartaruga agora identificada vive numa área de 40 quilómetros quadrados na ilha de Santa Cruz e é geneticamente tão diferente de uma outra espécie de tartaruga-gigante que vive na mesma ilha como das espécies de tartarugas de outras ilhas, disseram os cientistas nesta quarta-feira. A descoberta foi publicada na revista científica PLOS ONE.
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Uma equipa de cientistas identificou uma nova espécie de tartaruga-gigante nas ilhas Galápagos, usando informação genética para determinar que um grupo de 250 tartarugas era distinto de outra espécie residente no arquipélago do oceano Pacífico. A tartaruga agora identificada vive numa área de 40 quilómetros quadrados na ilha de Santa Cruz e é geneticamente tão diferente de uma outra espécie de tartaruga-gigante que vive na mesma ilha como das espécies de tartarugas de outras ilhas, disseram os cientistas nesta quarta-feira. A descoberta foi publicada na revista científica PLOS ONE.
O trabalho de investigação mostrou que a nova tartaruga-do-leste-de-santa-cruz, com o nome científico de Chelonoidis donfaustoi, é diferente de uma população maior de 2000 tartarugas que vivem a cerca de dez quilómetros, na região ocidental daquela ilha, e que pertence à espécie Chelonoidis porteri. Durante muito tempo, os cientistas sempre pensaram que estas duas populações pertenciam à mesma espécie. “O parente mais próximo [da nova tartaruga] não é a outra espécie que vive na mesma ilha mas é uma terceira espécie de uma ilha vizinha, que fica a Leste, São Cristovão”, explicou Adalgisa Caccone, uma bióloga evolutiva da Universidade de Yale, nos Estados Unidos.
Os investigadores usaram informação genética para determinar que aquela população de tartarugas deveria ser reconhecida como uma espécie separada, o que faz subir o número de espécies de tartarugas-gigantes das Galápagos para 15. Além das diferenças genéticas, as duas espécies de ilha de Santa Cruz também são diferentes na forma da carapaça. A tartaruga-do-leste-de-santa-cruz tem uma carapaça mais comprimida, segundo Adalgisa Caccone. E vive numa região mais seca da ilha.
As tartarugas-gigantes, que podem alcançar 225 quilos, são das mais famosas criaturas das ilhas Galápagos, que foram estudadas pormenorizadamente por Charles Darwin, o famoso naturalista inglês do século XIX. “Foi parte do processo de tentar compreender a história evolutiva deste grupo icónico que inspirou Charles Darwin e certamente contribuiu para o desenvolvimento da sua teoria de evolução pela selecção natural”, disse a bióloga.
As ilhas Galápagos são um dos únicos dois lugares no mundo onde existem tartarugas-gigantes, o outro lugar é no atol de Aldabra, nas Seicheles, no oceano Índico. As tartarugas das Galápagos alimentam-se de ervas, folhas, cactos e fruta, mas podem sobreviver durante um ano sem alimentos nem água. Classificadas como estando em perigo de extinção, estas tartarugas foram caçadas quase até desaparecerem por marinheiros que as armazenavam nos navios como alimento durante as longas viagens náuticas.
Uma das mais famosas tartarugas-gigantes das Galápagos foi Lonesome George (Jorge Solitário), o último exemplar da subespécie Chelonoidis nigra abingdonii, que foi encontrado em 1972, na ilha de Pinta, e viveu cerca de 100 anos até 2012.
O nome científico da nova espécie honra Fausto Llerena Sanchez, um guarda recentemente reformado do Parque Nacional das Galápagos. Conhecido como Don Fausto, trabalhou durante 43 anos no parque, e desenvolveu métodos de reprodução em cativeiro das tartarugas-gigantes que ainda hoje são utilizados, avança o comunicado da Universidade Estadual de Nova Iorque.
“É uma homenagem a Don Fausto por toda a sua dedicação e trabalho árduo”, diz James Gibbs, um dos membros da equipa de investigação, da Universidade Estadual de Nova Iorque. “Dedicou a sua vida a salvar muitas tartarugas que estavam em perigo crítico de extinção com a reprodução em cativeiro. Não é fácil reproduzir tartarugas em cativeiro. Ele não tinha muitos recursos ou muita orientação. Conseguiu-o através de uma observação paciente, muita criatividade e inteligência e uma tremenda capacidade de engenho”, acrescenta, citado no comunicado. “A dedicação ao seu trabalho tem sido inspiradora.”