Candidatos presidenciais apelam a Angola no caso Luaty
Quatro dos candidatos a Belém sublinham o valor dos direitos humanos.
Quatro dos candidatos às eleições presidenciais de Janeiro do próximo ano apelaram às autoridades de Luanda no caso de Luaty Beirão, o activista luso-angolano há mais de um mês em greve de fome, como forma de protesto pela sua prisão preventiva enquanto espera julgamento, acusado de rebelião e de tentativa de assassinato do Presidente José Eduardo dos Santos.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Quatro dos candidatos às eleições presidenciais de Janeiro do próximo ano apelaram às autoridades de Luanda no caso de Luaty Beirão, o activista luso-angolano há mais de um mês em greve de fome, como forma de protesto pela sua prisão preventiva enquanto espera julgamento, acusado de rebelião e de tentativa de assassinato do Presidente José Eduardo dos Santos.
“Estando, como estou, sempre ao lado dos direitos humanos, estou ao lado de Luaty Beirão e de todos os homens e mulheres que lutam pela liberdade. Seja onde for”, comentou, em mensagem enviada ao PÚBLICO, o candidato Sampaio da Nóvoa. “Ninguém pode ficar indiferente perante tanta coragem, tanto sacrifício. O seu gesto torna-nos mais humanos”, assinala.
Por isso, o ex-reitor da Universidade Clássica de Lisboa saúda todas as iniciativas de apoio no nosso país e a visita programada, para as 11 horas desta quinta-feira, do embaixador de Portugal a Luaty. “Temos todos a responsabilidade de ajudar à resolução do caso Luaty Beirão e restantes activistas. Antes que seja tarde”, conclui.
Também a candidata Maria de Belém Roseira, a pedido do PÚBLICO, se manifestou esta quarta-feira. “A minha esperança, e com todo o respeito pelas autoridades angolanas, é que estas não deixem de ter em conta a dimensão de humanidade e protecção de uma vida, que é o que está em questão, independentemente dos aspectos jurídicos pu judiciais, que serão resolvidos em sede própria”, comentou a antiga presidente do PS e ex-ministra socialista.
Por seu lado, Edgar Silva, candidato do PCP às presidenciais, em comentário, ao PÚBLICO, recorda que a Constituição Portuguesa consagra no domínio de princípios como os da independência nacional e a separação de poderes político e judicial, e o que daí decorre quer quanto ao respeito pela soberania de Angola, quer quanto ao respeito pelos direitos cívicos e políticos. “Quero apelar às autoridades angolanas que atendam à situação humanitária de Luaty Beirão”, conclui.
Também o candidato Henrique Neto se manifestou preocupado e solidário com Luaty Beirão. “Enquanto candidato presidencial, e como cidadão desde muito jovem preocupado e militante defensor dos direitos e liberdades individuais, não posso deixar de me manifestar preocupado e solidário com todas as diligências, públicas ou não, que contribuam para resolução da grave situação”, afirma Henrique Neto em comunicado enviado esta quarta-feira para a agência Lusa.
O candidato afirma partir do princípio de que “o Governo português e o Presidente da República não estão a fugir às suas responsabilidades (…) tendo já desenvolvido as devidas diligências junto do Estado angolano, naturalmente com o recato que a delicada situação exige”.
Henrique Neto destaca a importância do mercado de Angola para a economia portuguesa, assinala que as relações com as autoridades de Luanda devem ser preservadas, mas vinca que nenhuma conveniência política ou interesse económico devem ser mais valorizados do que uma vida humana e de que os valores universais de que Portugal perfilha enquanto nação subscritora da Declaração Universal dos Direitos do Homem. com Lusa