Proibidas manifestações para exigir "demissão imediata" do Presidente angolano
Protestos foram marcados para os dias 11 e 12 de Novembro em Luanda. Governador invocou "razões de segurança" para proibir as acções.
As autoridades angolanas proibiram a realização de duas manifestações em Luanda, previstas para os dias 11 e 12 de Novembro, e convocadas pelo Conselho Nacional dos Activistas de Angola “para exigir perante a África e o mundo o fim do neocolonialismo e a demissão imediata de José Eduardo dos Santos do cargo de Presidente da República de Angola”.
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As autoridades angolanas proibiram a realização de duas manifestações em Luanda, previstas para os dias 11 e 12 de Novembro, e convocadas pelo Conselho Nacional dos Activistas de Angola “para exigir perante a África e o mundo o fim do neocolonialismo e a demissão imediata de José Eduardo dos Santos do cargo de Presidente da República de Angola”.
O governador provincial de Luanda, Graciano Domingos, alegou questões de segurança para proibir a realização dos protestos pacíficos que iriam coincidir com as comemorações oficiais dos 40 anos da independência angolana, em frente do palácio presidencial e do Tribunal Constitucional.
Na decisão de proibir a manifestação, Graciano Domingos invoca a lei sobre o direito de reuniões e manifestações, recordando que em termos legais, por "razões de segurança", estas não podem ocorrer "a menos de cem metros das sedes dos órgãos de soberania".
O Governo angolano está sob forte pressão internacional devido à prisão de 15 activistas, desde 20 de Junho, sob acusação de preparação de um golpe de Estado e um atentado contra o Presidente da República e que começam a ser julgados em Luanda a 16 de Novembro.
Este caso tem levado à realização de vigílias em Luanda a favor dos detidos, nomeadamente de Luaty Beirão, que cumpre esta quarta-feira o 31.º dia em greve de fome, exigindo aguardar julgamento em liberdade.
Na carta que os promotores da manifestação de 11 e 12 de Novembro enviaram ao governo provincial, e a que a agência Lusa teve acesso, estes justificam o protesto com a "opressão que controla o país", afirmando que "Angola tornou-se um estado de terror desde 27 de Maio de 1977".
"Depois dessa data, a 21 de Setembro de 1979, com a tomada de posse do Presidente José Eduardo dos Santos, Angola passou a ser uma nação mergulhada no sangue, perdendo muitos dos seus filhos", lê-se na carta (datada de 13 de Outubro) em que o Conselho Nacional de Activistas de Angola comunica ao governo provincial a intenção de realizar as duas manifestações.
Vigílias em Lisboa e no Porto
Nesta quarta-feira realizam-se em Lisboa e no Porto novas vigílias para exigir a libertação dos activistas angolanos que estão presos a aguardar julgamento. Na capital, a concentração está marcada para o Rossio, às 18h30. A iniciativa decorre à mesma hora no Porto, em frente do Consulado de Angola.
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