O Estado português emitiu esta quarta-feira 1400 milhões de euros dívida de curto prazo, a juros mais baixos face ao último leilão, numa altura em que ainda não existe uma clarificação face à constituição de um novo Governo.

O Estado português emitiu esta quarta-feira 1400 milhões de euros dívida de curto prazo, a juros mais baixos face ao último leilão, numa altura em que ainda não existe uma clarificação face à constituição de um novo Governo.

O IGCP,  instituto que gere a dívida pública, emitiu 300 milhões de euros em Bilhetes do Tesouro (BT) a três meses, a uma taxa de juro negativa de -0,021%, mais baixa do que os -0,013% no leilão anterior.

Os restantes 1100 milhões de euros em BT a 11 meses foram colocados a um juro médio de 0,06%, inferior aos 0,021% do último leilão comparável, de Agosto.

A emissão superou o limite inicialmente previsto, que era de 1250 milhões de euros,  em resultado de uma procura elevada, que superou 3,37 vezes a oferta no prazo de três meses e 1,84 vezes no prazo a 11 meses.

 Filipe Silva, director da gestão de activos do Banco Carregosa destaca o êxito da emissão, apesar “do impasse na formação do governo, que pode estar a ter impacto nas acções, mas não tem efeitos no mercado de dívida pública”.

O responsável destaca ainda que “enquanto o BCE continuar o seu programa de quantitative easing, garantindo a compra de dívida aos países, os investidores não receiam comprar.”

Steven Santos, gestor do BiG, também destaca que “os resultados extremamente positivos revelam que os investidores mantêm a confiança nos factores fundamentais da economia portuguesa, apesar de ainda não ter sido formado governo, mais de duas semanas depois das eleições”.

O gestor considera ainda que “o timing da operação foi oportuno, na medida em que só a Alemanha emitiu obrigações a dois anos" no mercado primário.