Galatasaray aproveitou os 35 minutos em que o Benfica se esqueceu de jogar

"Encarnados" entraram a ganhar, mas perderam por 1-2 e partilham agora com o Atlético Madrid o comando do Grupo C.

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Nem a melhor série de vitórias na fase de grupos da Liga dos Campeões, nem um resultado moralizador para o derby com o Sporting, no próximo domingo. Em Istambul, na 3.ª jornada da Liga dos Campeões, o Benfica não foi capaz de capitalizar um arranque auspicioso frente ao Galatasaray e sofreu a primeira derrota na actual edição da prova (1-2). Foi uma equipa competente durante quase uma hora, mas o jogo decidiu-se nos 35 minutos restantes.

Rui Vitória não poderia ter pedido uma entrada mais autoritária em jogo, num estádio capaz de fazer tremer as pernas aos jogadores com menos nervo. Jonas, sagaz, marcou de forma rápida um livre indirecto e Gaitán fez o resto. O resto resume-se a uma recepção perfeita, a um drible genial sobre o central e a uma conclusão de classe extra. Aos 2’, o Benfica aplicava um golpe-relâmpago no adversário — só Cavém (1960-61), José Águas (1962-63) e Eusébio (1969-70), sempre na Taça dos Campeões Europeus, fizeram golos mais madrugadores nas provas europeias.

Só que o Galatasaray não caiu. Disposto no habitual 4x2x3x1, o campeão turco reagiu com frieza e foi começando a ligar o jogo com a arte de Sneijder. O holandês, um 10 clássico, recuava muitas vezes até ao seu meio-campo para pegar no jogo e com isso baralhava as marcações aos defesas do Benfica. Um cenário que se agravava com as subidas do lateral Lionel Carole, problema para o qual nem Sílvio nem Gonçalo Guedes, no momento da transição defensiva, encontraram antídoto.

Foi por esse flanco que o holandês fez cruzamentos perigosos, em bola corrida ou em pontapés de canto, e foi nas costas do lateral direito do Benfica que Bulut, em diagonais, tentou muitas vezes recolher a bola. Aos 15’, os alicerces abanaram e aos 18’ ruíram mesmo. Com Sílvio desorientado, Oztekin disparou um primeiro remate para um corte de Jardel. Na recarga, foi a vez de Bilal Kisa tentar a sorte e de André Almeida meter os pés pelas mãos. Penálti para o Galatasaray, empate assegurado por Selçuk Inan, naquele que foi o oitavo golo sofrido pelas “águias” de grande penalidade na história da Champions.

O Benfica, lento a reagir no momento da perda de bola e sem capacidade para recorrer a um futebol mais longo, que aproveitasse o bloco subido do adversário, foi-se afundando à medida que Podolski ia emergindo. E, aos 33’, o buraco que existia entre os centrais e os laterais foi suficientemente grande para absorver o ponto que a equipa ainda segurava. Chedjou, um central desinibido, lançou a bola nas costas de Eliseu e Jardel, e o alemão disparou para o 2-1.

Confirmava-se o potencial ofensivo do campeão turco, especialmente confortável quando Sneijder assumia as rédeas. E foi o maestro holandês a dar o tom para o início de uma segunda parte que ameaçava ser o segundo acto da primeira: aos 49’, contou com um desvio em Jardel para conduzir a bola até ao poste esquerdo da baliza.
Do intervalo, as equipas tinham regressado sem alterações, mas a dinâmica dos visitantes parecia ter sofrido um input positivo. André Almeida mostrou-se mais agressivo nas marcações e Samaris mais proactivo nas recuperações, o que contribuiu para aproximar o meio-campo de um Jonas que foi presa fácil para Selçuk Inan durante os primeiros 45 minutos.

É verdade que o Galatasaray ainda voltou a assustar — e de que maneira — aos 51’, num canto que Umut Bulut só não converteu em golo porque Júlio César ainda é imperial na baliza. Mas a partir daí o Benfica ressuscitou, com uma diagonal de Sílvio que terminou com um remate perigoso de Gaitán a dar o mote.

Pelo miolo, os “encarnados” também ensaiavam passes mais verticais, nem sempre bem-sucedidos — e Eliseu teve uma noite particulamente infeliz nesse capítulo. Também por isso Rui Vitória abdicou do lateral, aos 66’, para lançar Pizzi e mexer nas alas (Almeida passou para a direita, Sílvio para a esquerda), arriscando com mais um carregador de piano. Por esta altura, Jonas já conseguia rematar à baliza e fê-lo por duas vezes, uma delas desviada por um Raul Jiménez muito desinspirado.

Era preciso correr riscos e o Benfica correu-os, não tanto com a troca de Gonçalo Guedes por Victor Andrade, mas mais com o lançamento de Mitroglou para a vaga de Sílvio, totalmente esgotado. Alargava-se a frente de ataque mas Gaitán era obrigado a baixar.

O Galatasaray já não saía do meio-campo e o campeão português foi acreditando até ao fim, de tal forma que terminou o jogo com 18 remates (contra 16 do rival), quando tinha feito apenas cinco frente ao Atlético Madrid, na última jornada. Os índices de eficácia, porém, foram diferentes. E o resultado final também.

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Nem a melhor série de vitórias na fase de grupos da Liga dos Campeões, nem um resultado moralizador para o derby com o Sporting, no próximo domingo. Em Istambul, na 3.ª jornada da Liga dos Campeões, o Benfica não foi capaz de capitalizar um arranque auspicioso frente ao Galatasaray e sofreu a primeira derrota na actual edição da prova (1-2). Foi uma equipa competente durante quase uma hora, mas o jogo decidiu-se nos 35 minutos restantes.

Rui Vitória não poderia ter pedido uma entrada mais autoritária em jogo, num estádio capaz de fazer tremer as pernas aos jogadores com menos nervo. Jonas, sagaz, marcou de forma rápida um livre indirecto e Gaitán fez o resto. O resto resume-se a uma recepção perfeita, a um drible genial sobre o central e a uma conclusão de classe extra. Aos 2’, o Benfica aplicava um golpe-relâmpago no adversário — só Cavém (1960-61), José Águas (1962-63) e Eusébio (1969-70), sempre na Taça dos Campeões Europeus, fizeram golos mais madrugadores nas provas europeias.

Só que o Galatasaray não caiu. Disposto no habitual 4x2x3x1, o campeão turco reagiu com frieza e foi começando a ligar o jogo com a arte de Sneijder. O holandês, um 10 clássico, recuava muitas vezes até ao seu meio-campo para pegar no jogo e com isso baralhava as marcações aos defesas do Benfica. Um cenário que se agravava com as subidas do lateral Lionel Carole, problema para o qual nem Sílvio nem Gonçalo Guedes, no momento da transição defensiva, encontraram antídoto.

Foi por esse flanco que o holandês fez cruzamentos perigosos, em bola corrida ou em pontapés de canto, e foi nas costas do lateral direito do Benfica que Bulut, em diagonais, tentou muitas vezes recolher a bola. Aos 15’, os alicerces abanaram e aos 18’ ruíram mesmo. Com Sílvio desorientado, Oztekin disparou um primeiro remate para um corte de Jardel. Na recarga, foi a vez de Bilal Kisa tentar a sorte e de André Almeida meter os pés pelas mãos. Penálti para o Galatasaray, empate assegurado por Selçuk Inan, naquele que foi o oitavo golo sofrido pelas “águias” de grande penalidade na história da Champions.

O Benfica, lento a reagir no momento da perda de bola e sem capacidade para recorrer a um futebol mais longo, que aproveitasse o bloco subido do adversário, foi-se afundando à medida que Podolski ia emergindo. E, aos 33’, o buraco que existia entre os centrais e os laterais foi suficientemente grande para absorver o ponto que a equipa ainda segurava. Chedjou, um central desinibido, lançou a bola nas costas de Eliseu e Jardel, e o alemão disparou para o 2-1.

Confirmava-se o potencial ofensivo do campeão turco, especialmente confortável quando Sneijder assumia as rédeas. E foi o maestro holandês a dar o tom para o início de uma segunda parte que ameaçava ser o segundo acto da primeira: aos 49’, contou com um desvio em Jardel para conduzir a bola até ao poste esquerdo da baliza.
Do intervalo, as equipas tinham regressado sem alterações, mas a dinâmica dos visitantes parecia ter sofrido um input positivo. André Almeida mostrou-se mais agressivo nas marcações e Samaris mais proactivo nas recuperações, o que contribuiu para aproximar o meio-campo de um Jonas que foi presa fácil para Selçuk Inan durante os primeiros 45 minutos.

É verdade que o Galatasaray ainda voltou a assustar — e de que maneira — aos 51’, num canto que Umut Bulut só não converteu em golo porque Júlio César ainda é imperial na baliza. Mas a partir daí o Benfica ressuscitou, com uma diagonal de Sílvio que terminou com um remate perigoso de Gaitán a dar o mote.

Pelo miolo, os “encarnados” também ensaiavam passes mais verticais, nem sempre bem-sucedidos — e Eliseu teve uma noite particulamente infeliz nesse capítulo. Também por isso Rui Vitória abdicou do lateral, aos 66’, para lançar Pizzi e mexer nas alas (Almeida passou para a direita, Sílvio para a esquerda), arriscando com mais um carregador de piano. Por esta altura, Jonas já conseguia rematar à baliza e fê-lo por duas vezes, uma delas desviada por um Raul Jiménez muito desinspirado.

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O Galatasaray já não saía do meio-campo e o campeão português foi acreditando até ao fim, de tal forma que terminou o jogo com 18 remates (contra 16 do rival), quando tinha feito apenas cinco frente ao Atlético Madrid, na última jornada. Os índices de eficácia, porém, foram diferentes. E o resultado final também.

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