Vidal em pessoa

Vidal não falava para que concordássemos com ele. Falava para nos entreter.

Estou a gostar de ler Empire of Self, a biografia de Gore Vidal escrita por Jay Parini. Um dos maiores prazeres é fugir para o Google para ver as actuações cintilantes de Gore Vidal na televisão. São esplêndidos os debates (com William Buckley a ameaçar dar-lhe um murro em 1968 e Norman Mailer a revelar-se um bully em 1971), as muitas entrevistas e os vários documentários (BBC 1995, South Bank Show 2008).

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Estou a gostar de ler Empire of Self, a biografia de Gore Vidal escrita por Jay Parini. Um dos maiores prazeres é fugir para o Google para ver as actuações cintilantes de Gore Vidal na televisão. São esplêndidos os debates (com William Buckley a ameaçar dar-lhe um murro em 1968 e Norman Mailer a revelar-se um bully em 1971), as muitas entrevistas e os vários documentários (BBC 1995, South Bank Show 2008).

O New York Times, que Vidal, com alguma razão, achava ser um inimigo constante, publicou uma crítica do livro de Jay Parini, escrita por Jennifer Senior, que, apesar de ser injustamente dura com a biografia (que está cheia de histórias inéditas), é friamente justa na apreciação do escritor e da pessoa. Vidal era excepcionalmente inteligente, sagaz e espirituoso.

Os ensaios dele continuam a surpreender e a fazer rir e pensar. São tantos que podem ser relidos em rotação ao longo de uma vida.

Mas é sempre uma delícia vê-lo e ouvi-lo. Vidal sabia tudo sobre televisão e cinema e é, de todos os bons escritores americanos, o único performer genial. Claro que é muito convencido, mas isso faz parte do encanto dele: desde a adolescência que quer ser um elder statesman. Não foi aceite por ter sido tão irreverente, sincero, pessimista, snob e desrespeitoso para os políticos.

Vidal não falava para que concordássemos com ele. Falava para nos entreter. Teve sempre a imaginação e a generosidade de fazer um esforço para ser interessante. E conseguiu.