Maria de Belém diz que o que garante estabilidade a Governos são maiorias na AR
Ex-presidente do PS escolhe Marçal Grilo para mandatário nacional, e António Ramos Preto para director de campanha da sua candidatura.
A candidata presidencial Maria de Belém Roseira está a “acompanhar a situação política atentamente”, mas, para já, não pretende fazer declarações sobre as negociações com vista à formação de um governo, “porque não é comentadora política” e também porque “não quer acrescentar ruído” às conversações em curso. Mas deixou claro que quem "garante a estabilidade aos governos, se tudo correr normalmente, são as maiorias parlamentares".
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
A candidata presidencial Maria de Belém Roseira está a “acompanhar a situação política atentamente”, mas, para já, não pretende fazer declarações sobre as negociações com vista à formação de um governo, “porque não é comentadora política” e também porque “não quer acrescentar ruído” às conversações em curso. Mas deixou claro que quem "garante a estabilidade aos governos, se tudo correr normalmente, são as maiorias parlamentares".
“Falarei quando considerar que é altura”, promete Maria de Belém, frisando que “as candidaturas presidenciais neste momento, não são sítios adequados para fazer comentários. Eu não sou comentadora política - pode ser que haja algum candidato que o seja -, mas como eu não sou comentadora, não vou comentar a situação política. Falarei quando considerar que é altura”.
“Há a época, o tempo, e a altura para os partidos falarem uns com os outros e o senhor Presidente da República vai recebê-los e, portanto, não posso adiantar aquilo que será a conversa dos partidos com o Presidente da República, É esse o guião metodológico”, sustentou.
À entrada para uma conferência no Porto, onde se juntou ao seu director de campanha, António Ramos Preto, Maria de Belém recusou falar sobre as diligências do secretário-geral do PS, António Costa, e explicou porquê. “Não vou comentar a estratégia dos partidos porque sou candidata presidencial e tenho de estar acima dos partidos, acima no sentido de estar de fora. Não me vou pronunciar nesta fase. Depois falarei quando eu considerar que é altura”, declarou, reafirmando que o “processo está em curso, os partidos estão em conversações, o senhor Presidente da República vai receber recebê-los e, portanto, esse é o caminho e o percurso que tem que ser seguido neste momento”.
Em conversa com o PÚBLICO, no Porto, antes de participar numa conferência sobre A gravidez na Adolescência, organizada pela Associação Promover, Acolher e Cuidar para a Cidadania, de cujos órgãos sociais faz parte, a ex-presidente do PS considera prudente não haver comentários sobre as conversações dos partidos porque - nota - ”esta é uma fase em que, se toda a gente for comentar, pode acrescentar ruído e pode complicar aquilo que está a acontecer no sítio próprio”.
Questionada sobre quem é que convidava para formar governo se estivesse no lugar do Presidente da República, respondeu sem hesitações: “Não posso fazer isto nesta altura, porque uma coisa é a pessoa definir o que faria fora de um contexto destes, outra coisa é, no contexto, estar a perturbar o contexto”.
De manhã, em Vila Nova de Gaia, onde esteve uma boa parte do dia, disse - de acordo com a Lusa - que aquilo que “garante a estabilidade aos governos, se tudo correr, moralmente, são as maiorias parlamentares e essas maiorias são de geometria variável. É isso que o Presidente da República tem que assegurar para que tenhamos um governo com estabilidade e um governo que seja capaz de cumprir os nossos compromissos internos e internacionais”.
Muitos candidatos podem reduzir a abstenção
Pronunciou-se depois sobre a profusão de candidaturas presidenciais no espectro político à esquerda e considerou importante que haja muitos candidatos, porque na sua opinião, isso permite “um aprofundamento da discussão das propostas” e pode ter “uma grande vantagem, que é chamar mais pessoas à votação e à participação nas eleições”.
E, a este propósito, disse: “Temos tido um crescimento muito preocupante da abstenção nos vários tipos de eleições, mas também nas eleições presidenciais. Aquilo que espero é que esta abundância de candidatos promova essa maior participação. Se isso fosse possível, acho que já ficaríamos muito a ganhar”.
Sobre a conferência, revelou que ela se “insere bem” na sua campanha, porque é promovida por uma Instituição Particular de Solidariedade Social. Defensora da economia social, a candidata refere que esta “forma de economia devia de ser mais forte e mais robusta em Portugal, porque ajudaria a resolver muitos problemas sociais e de assimetrias do desenvolvimento do país”.
Para mandatário nacional da sua candidatura, Maria de Belém escolheu o ex-ministro da Educação de António Guterres, Marçal Grilo, que já veio alertar para as consequências de um eventual governo à esquerda em declarações à Rádio Renascença: “Isso será para o país um enorme desastre”, afirmou.
Depois de ter escolhido as cidades de Gaia e do Porto para a sua primeira acção de pré-campanha, Maria de Belém deve regressar ainda esta semana ao Porto, onde estará, na quinta-feira, o também candidato presidencial António Sampaio da Nóvoa.
O almoço que a candidata à Presidência da República tinha previsto com Sara Moreira foi cancelado devido a doença súbita do filho da maratonista, uma situação que levou Maria de Belém a adiar o apoio da atleta à sua candidatura.