Showroomprive quer levantar até 370 milhões de euros com entrada em bolsa

Empresa de comércio electrónico francesa vai começar a negociar na bolsa de Paris em Novembro.

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Telemóvel tem sido mais usado para realizar compras online em sites como o do Showroomprive José Fernandes

A empresa de comércio electrónico francesa Showroomprive quer ganhar fôlego para se internacionalizar. No horizonte da retalhista liderada por Thierry Petit e David Dayan está um encaixe que oscilará entre os 260 e os 370 milhões de euros com a entrada na bolsa de Paris, agendada para o início do próximo mês,

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A empresa de comércio electrónico francesa Showroomprive quer ganhar fôlego para se internacionalizar. No horizonte da retalhista liderada por Thierry Petit e David Dayan está um encaixe que oscilará entre os 260 e os 370 milhões de euros com a entrada na bolsa de Paris, agendada para o início do próximo mês,

Segundo informou a empresa francesa em comunicado, o preço das acções será definido no próximo dia 29, de entre um intervalo entre 19,50 e 26,30 euros. Assim, depois da oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) o valor de mercado da empresa oscilará entre os 660 milhões e os 870 milhões de euros.

A Showroomprivee já tinha apresentado no mês passado o pedido de registo da operação, que recebeu a aprovação do regulador do mercado de capitais. Agora confirmou que porá à disponibilização dos investidores entre 226 a 298 milhões de euros em acções. O valor inclui a emissão de 50 milhões de euros em novas acções e entre 176 a 248 milhões de títulos que estão nas mãos dos fundadores da empresa e de investidores, como os fundos Accel Partners e Kilwa Investment. Petit e Dayan, que têm 60% do capital da Showroomprive asseguraram que vão conservar posições maioritárias, diz a Bloomberg.

Numa transacção paralela, a retalhista chinesa Vipshop Holdings comprometeu-se a comprar uma fatia de capital avaliada em 30 milhões de euros. A participação da Vishop será qualificada, devendo oscilar entre os dois e os quatro por cento, refere a Reuters.

Os co-fundadores destacam que a entrada em bolsa “abre um novo capítulo na história” da empresa. Segundo a Reuters, os dois empresários franceses acreditam que o grupo “está bem posicionado para beneficiar do uso crescente” que os europeus fazem da Internet e do móvel para realizar as suas compras de moda e por isso pretendem reservar entre 45 a 50 milhões de euros do encaixe gerado com o IPO para financiar operações de internacionalização e aquisições.

Fundado em 2006, o site francês tem mais de 20 milhões de clientes, a quem oferece grandes descontos em artigos de marca em operações de venda relâmpago – um modelo em que a sua concorrente directa, a Vente-Privee.com, foi pioneira.

A Showroomprive tem a sua principal operação em França, mas está presente noutros mercados europeus, entre os quais Portugal, onde iniciou operações em Julho de 2013. Está também em Espanha, Bélgica, Holanda, Polónia, Reino Unido e Itália e nos planos está agora o mercado alemão.

Em 2014, as vendas atingiram 350 milhões de euros e o resultado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) foi de 16 milhões de euros. Para este ano, a empresa espera vendas entre 435 e 450 milhões de euros e um EBITDA entre 22 a 24 milhões. Para 2018, a empresa estima um volume de negócios de 750 milhões de euros, dos quais 25% serão garantidos pelas vendas internacionais (a actividade internacional pesa neste momento 15% no volume de negócio total).

“Há muito espaço para crescer e nós queremos ter munições para isso”, disseram os fundadores da Showroomprive, citados pela Bloomberg. As melhores marcas estão em França e Itália e por isso a retalhista francesa diz que “a atractividade da Europa neste ramo de actividade é inquestionável”.

Mas essa é também uma estratégia que o concorrente Vente-Privee pretende seguir. Também este mês, o fundador da empresa, Jacques-Antoine Granjon, assegurou que quer ganhar escala na Europa através de aquisições, recordou a Bloomberg. Mas, ao contrário dos rivais, Granjon assegura que não precisa de vender acções para levantar fundos.