Irlanda deixa de fabricar moedas de um e dois cêntimos, passando a arredondar preços
Arredondamento nos pagamentos em espécie arranca na próxima semana de forma voluntária.
A Irlanda vai deixar de produzir moedas de um e dois cêntimos, dando início na próxima semana a uma operação de arredondamento das transacções em dinheiro, confirmou nesta segunda-feira o banco central do país. Se a conta final a pagar por um consumidor não terminar em zero ou cinco cêntimos, esse preço será arredondado, para cima ou para baixo, consoante esteja mais perto de cinco ou de dez. Será assim a partir de 28 de Outubro.
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A Irlanda vai deixar de produzir moedas de um e dois cêntimos, dando início na próxima semana a uma operação de arredondamento das transacções em dinheiro, confirmou nesta segunda-feira o banco central do país. Se a conta final a pagar por um consumidor não terminar em zero ou cinco cêntimos, esse preço será arredondado, para cima ou para baixo, consoante esteja mais perto de cinco ou de dez. Será assim a partir de 28 de Outubro.
O objectivo passa por retirar de circulação as duas moedas que têm actualmente o valor facial mais baixo, o que fará progressivamente com que a moeda de cinco cêntimos passe a ser a mais pequena nas transacções em dinheiro. No entanto, ainda que tendencialmente passem a ser menos em circulação, as divisas de um e dois cêntimos continuam a poder ser usadas. Nesta fase, a operação de arredondamento realiza-se de forma voluntária.
Numa nota publicada nesta segunda-feira, o banco central dá alguns exemplos de como vai ser feito o arrendamento: se uma pessoa pagar em dinheiro um produto ou um serviço que custa 10,21 euros ou 10,22 euros, o montante é arredondado para 10,20 euros; se custar 10,23 ou 10,24 euros, passa para 10,25 euros, o mesmo acontecendo caso custe 10,26 ou 10,27 euros; já se custar 10,28 ou 10,29 euros, então passa para os 10,30 euros.
O processo só se aplica na conta final, não implicando arredondamentos sucessivos em cada um dos produtos da mesma conta. Os pagamentos em cartão não estão abrangidos, mas apenas as transacções em espécie, esclarece o banco central.
A Irlanda junta-se a outros parceiros da zona euro que já seguiram a mesma política de arredondamento (Holanda, Finlândia e Bélgica) e a outros países da União Europeia que têm moeda própria (Suécia, Dinamarca e Hungria).
A Irlanda fá-lo por razões práticas e de custo de produção. Segundo o banco central do país, fabricar a moeda de um cêntimo fica mais caro do que o seu valor facial, implicando um custo de 1,65 cêntimos, enquanto produzir a moeda de dois cêntimos custa pouco menos do que o seu valor (1,94 cêntimos).
De uma experiência realizada em 2013 em Wexford, as autoridades irlandesas concluíram que 85% dos consumidores e todos os comerciantes ouvidos se mostraram favoráveis ao arredondamento dos pagamentos, escreve o jornal The Irish Times.
No caso português, em 2014 foram levantadas do Banco de Portugal 24,4 milhões de moedas de dois cêntimos e 38,5 milhões de um cêntimo. Juntas, as duas divisas tinham um peso de apenas 2% do valor total levantado das tesourarias do supervisor bancário. No entanto, que “a moeda de um cêntimo continua a ser a mais requisitada pelas instituições de crédito”, referia o Banco de Portugal num boletim publicado em Abril. A explicação estará no facto de as moedas de menor valor serem “frequentemente perdidas” e no facto de ser “prática generalizada” a venda de produtos com preços terminados em 98 e 99 cêntimos.