Vítor Lopes não deixou de deslumbrar

Mostrou todo o seu potencial apesar de falhado o cut na estreia no Portugal Masters

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Vítor Lopes recebe indicações do seu caddie no Masters, David Moura / © FILIPE GUERRA

“Distraí-me um pouco no 17 [par-5], saiu-me um bom drive, mas ressaltou no fairway e foi para a água, foi um mau ressalto, mas a linha foi um pouco agressiva e acabei com bogey, falhei um putt de quatro metros”, explicou o vice-campeão nacional amador, de 18 anos. 

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“Distraí-me um pouco no 17 [par-5], saiu-me um bom drive, mas ressaltou no fairway e foi para a água, foi um mau ressalto, mas a linha foi um pouco agressiva e acabei com bogey, falhei um putt de quatro metros”, explicou o vice-campeão nacional amador, de 18 anos. 

E no 18 [par-4], então a precisar de um birdie para passar o cut, o que aconteceu? Deu um bom shot de saída, ficou no meio do fairway, com 54 metros pela frente, e no approach fez a bola ‘pitchar’ junto à bandeira, mas o esférico fez demasiado back spin e descaiu até ao avant green, precisando depois o algarvio de três putts fechar o buraco com 5 pancadas. 

“Calculei mal a distância”, disse Vítor.

“Ele devia ter jogado um ferro a mais, para mais controlo, para não fazer tanto back spin”, considera David Moura, o Treinador Nacional Adjunto da Federação Portuguesa de Golfe, que lhe fez de caddie no torneio.

Em plena actuação no segundo dia do Portugal Masters / © FILIPE GUERRA

Mas vamos contar como foi: depois de um atraso de 55 minutos nas saídas do primeiro dia, quinta-feira, Vítor Lopes estreou-se no Portugal Masters pelas 14h55, no último grupo a sair do buraco 10, com o sul-africano Justin Walters (vice-campeão em 2013) e o francês Jerôme Lando Casanova, números 566 e 541 no ranking mundial, respectivamente. 

“Senti alguma ansiedade da parte dele nos seus primeiros 9 buracos, por ser o seu primeiro Portugal Masters, senti que ele não queria errar, jogava para o meio do green, de onde era mais difícil fazer birdie”, diz David Moura . Com efeito, do 10 ao 18, Vítor Lopes assinalou 3 bogeys contra 1 birdie. “Mas depois começou a soltar-se”, sublinha. 

Nesse primeiro dia, Vítor jogaria apenas mais seis buracos, com 1 birdie contra 1 bogey. Não houve tempo para mais porque entretanto anoiteceu. Na sexta-feira teve de se levantar às 5h, completou os restantes três buracos com 2 pares e 1 bogey no 9, para um primeiro score de 74 (+3), e logo a seguir estava a jogar a segunda volta, onde, aí sim, abriu o livro. 

Partindo desta vez do 1, completou os primeiros 16 buracos com 12 pares e 4 birdies. Nesta altura estava dentro do cut, no limite. Precisava de jogar o 17 e o 18 em par. O que aconteceu a seguir já aqui contámos acima e o resultado final foi assim de 69 pancadas (-2), o que lhe deu um lugar entre os 87.ºs classificados, quando só os primeiros 65 e empatados seguiam em frente para o fim-de-semana. 

“Foi um balde de água fria. Estávamos a ser felizes, e houve uma parte em que estávamos a acreditar”, comenta David Moura. “Se o drive no 17 não tivesse ido para a água, ele facilmente podia fazer birdie e o filme podia ter sido diferente”, acrescenta. 

“Adorei”, disse Vítor Lopes. “Senti muito a adrenalina no primeiro buraco, mas isso faz parte do jogo. Claro que me estou a ver a competir no European Tour. Sempre sonhei com isso. Esta foi uma óptima oportunidade. Os jogadores com quem joguei disseram-me que é tudo uma questão de tempo. Quem mo disse foi o sul-africano Justin Walters. O manager dele contactou-me e gostou bastante e disse-me para continuar. Falou-me também em relação aos Estados Unidos [para uma eventual bolsa universitária de golfe], mas isso não tenho a certeza. Falou comigo e com a minha mãe. Vamos ver. Esta foi uma boa experiência.” 

“Foi uma boa lição para o Vítor, ele viu que tem talento ao mais alto nível, que tem de continuar a trabalhar bastante para conseguir ter sucesso junto destes jogadores, e os que o viram jogar puderam constatar todo o seu potencial”, afirma David Moura. 

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