PCP e BE reúnem-se no Parlamento para discutir progressos negociais

Os dois partidos têm estado a negociar em separado com o PS. Esta é a primeira consulta formal entre ambos.

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Rui Gaudêncio

À mesma hora a que se juntam as delegações negociais do PS e do BE, no Parlamento, decorrerá outro encontro importante para este processo inédito de consultas entre os partidos de esquerda. Às 16 horas, o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa e a porta-voz do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, reúnem-se para trocar impressões sobre o andamento das negociações que ambos têm mantido, em separado, com o PS.

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À mesma hora a que se juntam as delegações negociais do PS e do BE, no Parlamento, decorrerá outro encontro importante para este processo inédito de consultas entre os partidos de esquerda. Às 16 horas, o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa e a porta-voz do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, reúnem-se para trocar impressões sobre o andamento das negociações que ambos têm mantido, em separado, com o PS.

Este encontro foi pedido pelo BE, e logo aceite pelo PCP, e é uma decorrência lógica deste conjunto de reuniões com vista a uma eventual viabilização, pelos três partidos, de um "programa mínimo" que possa garantir estabilidade para um Governo liderado pelo PS. Até agora, os dois parceiros negociais à esquerda ainda não se tinham encontrado, formalmente. Mas o êxito desta tentativa depende da articulação entre ambos, também.

Uma fonte do PS explicou ao PÚBLICO que ainda não se sentira a necessidade de juntar os três partidos à mesma mesa, uma vez que a fase actual ainda é prematura. Por outro lado, apenas o PS conhece, em detalhe, o que PCP e BE têm defendido nas reuniões à porta fechada.

Nesta fase, tanto comunistas como bloquistas julgaram ser útil ter um panorama mais vasto do que está a passar. Outra fonte do PS acrescentou que não há nada nas propostas do PCP ou do BE que seja incompatível com o que ambos os partidos defendem. As propostas de ambos "somam-se" e vão no mesmo sentido: recuar em matérias de desregulação das leis laborais e avançar na política de rendimentos (salários, pensões, fiscalidade). 

No entanto, para que este seja um processo credível, e dê provas da "estabilidade" de que muitos duvidam, precisa de ser transparente entre os três eventuais parceiros. Recorde-se que para viabilizar um Governo minoritário do PS, não basta que BE e PCP - ou cada um deles em separado - se abstenha nos diplomas importantes. Precisam de votar a favor. Até hoje, nunca o PCP ou o BE aprovaram um Orçamento apresentado pelo PS. Mas também nunca estes três partidos se mostraram tão próximos de concordar numa plataforma política deste tipo.